O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (6), anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre produtos da Índia, elevando a taxa total para 50%. A medida é uma retaliação por Nova Deli continuar comprando petróleo da Rússia, o que, segundo o republicano, contribui para a manutenção da guerra na Ucrânia.
- Trump corta fundo bilionário para vacina de doenças respiratórias
- Tarifaço: Piracicaba está entre as mais que exportam para os EUA
- Tarifa anunciada por Trump ameaça exportações de Piracicaba
A nova tarifa, somada às taxas já existentes, coloca a Índia no mesmo patamar do Brasil, que também enfrenta sanções de 50% impostas pela gestão Trump. A decisão serve como um alerta para o governo brasileiro, que mantém a importação de fertilizantes e combustíveis de Moscou.
A justificativa para a tarifa se baseia em uma ordem executiva de 2022, que proíbe importações e novos investimentos na Rússia. O documento divulgado pela Casa Branca afirma que as ações e políticas russas continuam a representar uma "ameaça incomum e extraordinária" à segurança e à política externa dos EUA.
A tarifa adicional de 25% deve incidir sobre produtos indianos que importam petróleo russo, direta ou indiretamente. A medida entrará em vigor em 27 de agosto.
Brasil de olho nas sanções
O risco de sanções para o Brasil já havia sido levantado por uma comitiva de senadores que viajou a Washington em julho para negociar a redução das tarifas já impostas ao país. Os parlamentares alertaram que, na visão dos norte-americanos, países que fazem negócios com a Rússia contribuem para a guerra na Ucrânia e podem sofrer sanções automáticas.
O documento divulgado por Trump determina que o Departamento de Comércio dos EUA avalie quais outros países continuam importando energia da Rússia. "Se o secretário de comércio constatar que um país está direta ou indiretamente importando petróleo da Federação Russa, ele recomendará se e em que medida eu devo tomar ações em relação a esse país, incluindo se devo impor uma taxa adicional ad valorem de 25% sobre as importações de artigos daquele país", diz o texto.
A situação reforça a pressão sobre o Brasil para reavaliar suas relações comerciais com a Rússia, em meio a um cenário de crescente tensão e sanções internacionais.