O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (4) uma nova operação da Polícia Federal contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). A decisão veio após o parlamentar viajar aos Estados Unidos sem autorização da Corte, em um ato classificado por Moraes como “completo desprezo” às determinações judiciais.
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Apesar de ter solicitado autorização para a viagem, Do Val embarcou com a família para o exterior mesmo após o indeferimento do pedido pelo STF. A atitude, segundo Moraes, representa uma “afronta absoluta ao Judiciário” e torna inadequadas as medidas cautelares anteriormente aplicadas. O ministro ressaltou que o senador já vinha desrespeitando restrições impostas pelo Supremo. “Mesmo com a negativa explícita, deslocou-se para o exterior, ignorando por completo a autoridade desta Suprema Corte”, afirmou Moraes na decisão.
Com o agravamento do caso, Moraes determinou o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno a partir das 19h e o bloqueio do salário e das verbas de gabinete do senador. A permanência no Congresso após esse horário só será permitida mediante justificativa formal ao STF em até 24 horas. As restrições se equiparam às impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e preveem ainda que Do Val só poderá sair de casa entre 6h e 19h, de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana e feriados, deve permanecer em casa integralmente.
Senador é investigado por obstrução de Justiça
O parlamentar é alvo de inquérito por obstrução de Justiça, após divulgar informações nas redes sociais sobre o delegado da PF Fabio Schor, responsável por investigações contra Bolsonaro e outros membros do governo anterior. Como parte da apuração, o passaporte de Do Val foi apreendido e suas contas bancárias bloqueadas.
O senador foi abordado pela PF no Aeroporto de Brasília, no retorno da viagem aos EUA. A tornozeleira foi instalada no Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. Após o procedimento, Do Val seguiu para casa acompanhado por seus advogados.