POLUIÇÃO

Rio Piracicaba afunda em esgoto: 19 afluentes contaminados

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Will Baldine/JP
19 afluentes da Bacia do Rio Piracicaba apresentam índices de coliformes fecais acima do permitido
19 afluentes da Bacia do Rio Piracicaba apresentam índices de coliformes fecais acima do permitido

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (31) revelou que 19 afluentes da Bacia do Rio Piracicaba apresentam índices de coliformes fecais acima do permitido pela Resolução nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A análise faz parte da segunda etapa de um diagnóstico ambiental conduzido por pesquisadores de diversas áreas.

Saiba Mais:

Coliformes fecais são bactérias presentes no sistema digestivo de seres humanos e animais de sangue quente. Sua presença na água indica contaminação por esgoto e oferece riscos à saúde pública.

Foram avaliados 22 pontos da bacia hidrográfica. Apenas três apresentaram níveis dentro dos limites estabelecidos: Ribeirão das Palmeiras, Ribeirão Pau d'Alho e a Represa de Barra Bonita.

Segundo a promotoria do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), a principal causa da contaminação é a ausência de tratamento adequado de esgoto por parte dos municípios da região. Ele defendeu a adoção de sistemas mais eficientes por parte das administrações locais.

Confira abaixo os corpos d’água que apresentaram os maiores percentuais de coliformes fecais acima do limite legal:

  • Ribeirão Quilombo: 2420%
  • Ribeirão do Tatu: 2420%
  • Ribeirão dos Toledos: 2420%
  • Ribeirão Tijuco Preto: 1120%
  • Ribeirão Dois Córregos: 2420%
  • Ribeirão Piracicamirim: 2420%
  • Ribeirão Itapeva: 2420%
  • Ponte Estaiada: 1300%
  • Ribeirão do Enxofre: 2420%
  • Ribeirão Guamium: 2420%
  • Ribeirão dos Marins: 2420%
  • Ribeirão Samambaia: 2420%

O Ribeirão Quilombo foi identificado como o mais comprometido. A análise identificou 16 parâmetros fora dos padrões ambientais, incluindo coliformes fecais, fósforo e cloro. O curso d’água atravessa os municípios de Campinas, Paulínia, Sumaré, Nova Odessa e Americana.

As coletas foram realizadas da nascente do Rio Piracicaba até sua foz no Rio Tietê. As amostras foram analisadas em laboratório e complementadas por novas metodologias, como o uso de DNA ambiental para detecção de espécies presentes nos cursos d’água.

Mortandade de peixes

O estudo foi iniciado após um evento de contaminação ocorrido em julho do ano anterior, quando o lançamento de resíduos no Ribeirão Tijuco Preto causou a morte de aproximadamente 235 mil peixes. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) identificou a Usina São José, localizada em Rio das Pedras (SP), como fonte do poluente e aplicou uma multa de R$ 18 milhões. A empresa recorreu da penalidade, e o processo ainda está em andamento.

Fonte: Diagnóstico Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba

Comentários

Comentários