ATRASO NOS LIVROS

MEC não tem verba e livros terão atraso na entrega nas escolas

Por Bruno Mendes/JP |
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Foto: Reprodução/Freepik
Ministério da Educação deve atrasar entrega de livros nas escolas públicas no próximo ano letivo
Ministério da Educação deve atrasar entrega de livros nas escolas públicas no próximo ano letivo

A Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) emitiu um alerta preocupante: a falta de verba do Ministério da Educação (MEC) pode atrasar significativamente a entrega de livros didáticos para o ano letivo de 2026, impactando milhões de alunos da rede pública em todo o Brasil. Os mais afetados serão os estudantes do 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental, que só deverão receber materiais novos de português e matemática.

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Cenário para 2026

De acordo com a Abrelivros, o cenário previsto para o próximo ano letivo é o seguinte:

  • 1º a 3º anos do ensino fundamental: Alunos receberão apenas os novos livros de português e matemática.
  • 4º e 5º anos do ensino fundamental: Estudantes terão acesso a novos livros de português e matemática, mas as demais disciplinas dependerão de materiais reutilizados.
  • 6º a 9º ano do ensino fundamental: Haverá apenas algumas reposições de livros de português e matemática, sem previsão de novos materiais para outras disciplinas.
  • Ensino médio (1º a 3º ano): Apenas 60% das escolas ou alunos devem receber os novos livros, reformulados conforme as diretrizes do Novo Ensino Médio, no início do ano. Os 40% restantes podem ter que esperar até junho para receber o material.

Orçamento insuficiente

A Abrelivros argumenta que o volume de livros encomendados pelo MEC está muito abaixo das necessidades da rede pública. Para o ensino fundamental, foram solicitados apenas 26 milhões de livros, focando somente em português e matemática. Já para o ensino médio, a entidade estima que serão necessários cerca de 80 milhões de livros. O pedido para essa etapa ainda não foi feito, mas, devido à escassez de recursos, deve ser dividido em duas etapas, o que provocará atrasos.

O orçamento aprovado para a compra de materiais didáticos é de aproximadamente R$ 2 bilhões. No entanto, a Abrelivros calcula que seriam necessários, no mínimo, mais R$ 1 bilhão para atender a toda a demanda de livros para as etapas regulares, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Programas Literários.

A única alternativa para viabilizar a compra dos livros restantes seria uma realocação de verba dentro do próprio ministério. Contudo, mesmo que isso ocorra, o tempo é um fator crítico. Para que os livros sejam impressos e distribuídos a tempo para o início do ano letivo de 2026, o MEC precisaria formalizar o pedido às gráficas até o final de agosto.

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