CRIME BÁRBARO

Família chora morte cruel da adolescente Nicolly

Por Da redação |
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Nicolly, de 15 anos, levava uma vida tranquila e até ingênua, com seus sonhos e talento para desenhar.
Nicolly, de 15 anos, levava uma vida tranquila e até ingênua, com seus sonhos e talento para desenhar.

 Por trás do sorriso tímido e dos traços delicados, Nicolly Fernanda Pogere, de apenas 15 anos, parecia uma menina saída de um dos desenhos que ela mesma fazia. Em Mococa, no interior paulista, onde vivia com a mãe, levava uma rotina modesta, quase ingênua: casa, escola, lápis e papel.

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 Uma menina doce, educada, de gestos mansos, que gostava de passar horas desenhando e sonhando alto. “Ela tinha vários talentos… educada, gentil, dedicada nos estudos. Todo mundo amava a Nicolly”, contou a mãe, Priscila Magrin, com um orgulho que agora se mistura à dor mais cruel. Ainda de acordo com a mãe, Nicolly mal saía de casa, e quando saía, estava sempre com a gente. Era uma vidinha tranquila, ainda mais neste período de recesso escolar.

Nicolly foi passar as férias com o avô, em Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas. Mas no dia 14 de julho, ao dar um beijo no querido avô e dizer que iria à casa do namorado, ela desapareceu. Nunca mais voltou. No início, a família ainda encontrava forças para acreditar, pois o celular dela seguia recebendo mensagens, como se apenas estivesse incomunicável. A esperança, porém, foi sendo devorada pela angústia.

Quatro dias depois, a confirmação da tragédia. O corpo da menina foi encontrado nesta sexta-feira (18), numa lagoa, após buscas da Guarda Municipal com cães farejadores. O local foi isolado para o reconhecimento. O pai, Vinícius — também guarda municipal — esteve lá e, com os olhos marejados, confirmou o pior.

Vinícius demonstrou na ter dúvidas: o namorado de Nicolly, que está foragido, está por trás do crime. Na noite anterior, ele mesmo participou de uma ação conjunta com a Polícia Civil na casa do suspeito, onde encontraram manchas de sangue, um colchão queimado, restos de um computador destruído e produtos de limpeza espalhados. Sinais claros de que alguém tentou apagar os rastros.

A polícia ainda apura a participação de uma ex-namorada do suspeito, que teria ajudado a armar a emboscada. Ferramentas usadas para ocultar o corpo foram reconhecidas pelo próprio pai do garoto no local onde Nicolly foi deixada.

A mãe lembra que, no dia em que saiu, a filha parecia animada, tranquila. “Ela deu um beijo no avô e disse que ia até lá. Parecia tudo normal”, recorda. A família, no entanto, pouco conhecia o rapaz. O pouco que sabiam era de um jovem calmo e educado, com quem só haviam conversado por vídeo. Depois do sumiço de Nicolly, ele simplesmente desapareceu, parou de responder mensagens e ligações.

Dias depois, mensagens trocadas entre ele e a menina vieram à tona, revelando ciúmes doentios e ameaças veladas — sinais de uma tragédia que ninguém na família foi capaz de prever.

No quarto de Nicolly, ainda permanecem as folhas com os desenhos que ela não teve tempo de terminar. “Ela era luz. Minha menina era luz”, lamenta a mãe, antes de se calar, engolida por um choro quieto e pesado.

O sepultamento da adolescente aconteceu neste sábado (19), em clima  de indignação e revolta de familiares, amigos e moradores de Mococa, pelo crime brutal que chocou a cidade, destruiu sonhos e arrancou uma filha do colo de quem a amava.

A Polícia Civil segue no encalço no jovem.

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