ESCOLA DO CRIME

“Rei do Benefício” dava aula de como fraudar INSS; veja

Por Will Baldine | Jornal de Piracicaba |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
O prejuízo estimado da fraude foi de R$ 30 milhões aos cofres públicos
O prejuízo estimado da fraude foi de R$ 30 milhões aos cofres públicos

A Polícia Federal (PF) identificou o principal articulador de um esquema de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que causou prejuízo estimado em R$ 30 milhões aos cofres públicos. O homem, que utilizava os apelidos de “Professor” e “Rei do Benefício”, também era responsável por treinar outros participantes da organização criminosa.

Saiba Mais:

A investigação integra a Operação Fraus, deflagrada na manhã desta quinta-feira (17), e aponta que o grupo atuava há mais de dez anos na concessão indevida de Benefícios de Prestação Continuada (BPC/LOAS). Segundo a PF, o suspeito elaborava e repassava métodos de execução dos golpes, além de coordenar as atividades do grupo.

Participação de servidores na fraude

A estrutura do esquema contava com a participação de gerentes bancários, servidores públicos, profissionais da área gráfica e correspondentes bancários. De acordo com a apuração, os envolvidos acessavam plataformas restritas para obter dados de terceiros, que eram usados na criação de pedidos falsos de benefícios.

As fraudes eram registradas principalmente na plataforma Meu INSS. Em apenas seis meses, o grupo formalizou cerca de 415 requerimentos irregulares, que geraram um prejuízo aproximado de R$ 1,6 milhão nesse período. A quantidade de solicitações foi tão elevada que, em algumas situações, não houve tempo hábil para a abertura das contas bancárias vinculadas aos benefícios, o que levou à suspensão de pagamentos por ausência de saque.

Relatórios apontam que os gerentes cobravam em torno de R$ 500 por cada conta aberta, enquanto os benefícios eram vendidos por cerca de R$ 2.500, ou então permaneciam sob controle direto do grupo.

Início das investigações

A investigação teve início após a identificação de inconsistências em benefícios concedidos na Agência da Previdência Social de Arraial do Cabo (RJ). As informações foram repassadas pelo Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista no Estado do Rio de Janeiro, vinculado à Coordenação-Geral de Inteligência da Previdência Social (CGINP), órgão do Ministério da Previdência Social.

A operação realizada nesta quinta-feira envolveu o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Armação dos Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu. As ordens foram expedidas pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Os suspeitos poderão ser responsabilizados pelos crimes de estelionato previdenciário, corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Comentários

Comentários