O mercado financeiro brasileiro opera sob o impacto das novas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta sexta-feira (11), o dólar registra alta, enquanto o cenário econômico doméstico acompanha de perto a reação do governo Lula e a divulgação dos dados do setor de serviços.
- Bolsonaro cogita acionar Casa Branca contra tarifaço, diz site
- Lula diz que 'loucos' não voltarão a governar e alfineta Tarcísio
- Trump taxa Brasil em 50% e vira alvo de protestos online; Veja
No início desta manhã a moeda norte-americana avançava 0,38%, cotada a R$ 5,564. Na véspera, o dólar já havia fechado em alta de 0,72%, a R$ 5,543. Com esse movimento, a divisa acumula ganhos de 2% em julho, embora ainda registre perdas de 10,3% em 2025 frente ao real.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), iniciará suas negociações às 10 horas. No dia anterior, o indicador encerrou o pregão em queda de 0,54%, atingindo 137,7 mil pontos. No acumulado do mês, a Bolsa brasileira registra perdas de 1,52%, mas mantém ganhos de 13,68% no ano.
Reação do Governo Lula
O mercado também repercute a firme reação do governo brasileiro ao aumento de 50% nas tarifas impostas por Donald Trump sobre todos os produtos do Brasil. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite passada, o Presidente Lula afirmou que, caso não haja uma solução diplomática para o impasse, o Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade Econômica e adotará uma tarifa recíproca a partir de 1º de agosto.
Lula destacou que uma comissão com empresários será organizada para tentar negociar a taxa. Contudo, ele advertiu que, se as negociações falharem, o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) e, em último caso, retaliará as tarifas dos EUA. O presidente também aventou a possibilidade de buscar novos mercados para os produtos brasileiros.
"Essa é a hora da gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo. O Brasil é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo e que, portanto, a gente não aceita desaforo contra o Brasil", enfatizou o Presidente brasileiro.
Setor de Serviços cresceu em maio
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (11), os dados do setor de serviços referentes a maio deste ano. O volume de serviços no Brasil apresentou uma leve alta de 0,1% em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Com esse resultado, o setor se encontra 17,5% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e iguala o ponto mais alto da série histórica, alcançado em outubro de 2024.
Na comparação sem ajuste sazonal, o volume de serviços avançou 3,6% em relação a maio de 2024, marcando sua 14ª taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi de 2,5%, e o acumulado em 12 meses até maio de 2025 acelerou o ritmo de crescimento para 3%, frente aos 2,7% registrados em abril.