Uma pesquisa realizada pela Quaest mostra que a proposta de extinguir a escala de trabalho 6x1 enfrenta forte resistência na Câmara dos Deputados. Segundo o levantamento, 70% dos parlamentares são contra o projeto, que visa estabelecer a jornada semanal máxima de 36 horas, com quatro dias de trabalho e três de descanso.
VEJA MAIS:
- Senado aprova aumento do número de deputados de 513 para 531
- Lulistas adotam discurso 'ricos versus pobres' e mira Congresso
- Discurso de 'justiça social' do governo piora clima com Congresso
Apresentada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a proposta pretende reformular a carga horária de trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), eliminando a prática de seis dias seguidos de serviço com apenas um dia de folga — o chamado modelo 6x1.
Entre os deputados que se identificam como oposição ao governo Lula, a rejeição à mudança é quase unânime: 92% são contrários. O índice também é elevado entre os parlamentares independentes (74%). Até mesmo entre os governistas, a resistência é significativa: 55% se posicionam contra a proposta.
A adesão ao projeto é tímida: apenas 44% dos deputados governistas, 23% dos independentes e 6% da oposição manifestaram apoio.
Avaliação do governo Lula piora
A pesquisa também aponta um crescimento da desaprovação ao governo Lula, especialmente entre deputados independentes. No total, 46% dos entrevistados avaliam negativamente a atual gestão federal — o maior índice desde o início do mandato, em 2023. A avaliação positiva caiu de 35% em 2023 para 27% agora. A visão regular do governo também diminuiu, passando de 30% para 24%. Entre os independentes, a rejeição ao governo cresceu 24 pontos percentuais nos últimos dois anos, chegando a 44%. Já o apoio caiu de 18% para apenas 8%.
Apesar de 68% dos deputados acreditarem que Lula tentará a reeleição em 2026, metade (50%) vê a oposição como favorita para vencer. Apenas 35% apostam na vitória do atual presidente. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, lidera como principal nome da oposição, com 49% das menções espontâneas. Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, foi citado por 13% dos deputados.