POLÊMICA NO VATICANO

Freira é afastada após críticas por ser jovem e bonita; Entenda

Por Bia Xavier/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução
Irmã Aline foi a abadessa mais jovem da Itália antes de ser afastada do comando de quatro mosteiros
Irmã Aline foi a abadessa mais jovem da Itália antes de ser afastada do comando de quatro mosteiros

Uma brasileira protagoniza uma disputa judicial incomum no coração da Igreja Católica. Irmã Aline Ghammachi, que se destacou como a abadessa mais jovem da Itália aos 34 anos, foi afastada do comando de quatro mosteiros e hoje luta para provar sua inocência em meio a acusações que envolvem disputas internas, supostos abusos de poder e perseguições veladas.

VEJA MAIS:

Da liderança à controvérsia

Natural do Brasil, irmã Aline ganhou destaque em 2018 ao assumir uma posição de alto prestígio dentro da estrutura monástica italiana. Seu perfil — jovem, carismática e considerada bonita — teria despertado desconforto entre figuras da hierarquia eclesiástica. Internamente, esse aspecto foi apontado por ela como um dos motivos para críticas e resistência dentro da instituição.

A tensão se intensificou no início de 2023, após a chegada de uma denúncia anônima ao Vaticano. O documento desencadeou uma série de inspeções no mosteiro de Vittorio Veneto, onde a religiosa vivia com outras 18 freiras em regime de clausura. Embora nenhuma das acusações tenha sido formalmente comprovada, a ex-abadessa foi afastada de suas funções.

Acusações contestadas

Entre os pontos levantados no processo interno, estavam supostos maus-tratos e irregularidades financeiras. No entanto, uma auditoria independente ordenada pelo próprio abade geral não identificou problemas nas contas dos mosteiros. Segundo a ex-abadessa, sua gestão era pautada na busca por autonomia econômica, incluindo a venda de uvas da propriedade para a produção de espumante italiano — prática comum em diversas ordens religiosas.

A freira afirma ainda que o episódio teve motivação pessoal e institucional. Imagens, mensagens e registros teriam sido reunidos por ela para sustentar a tese de difamação e perseguição, além de conter indícios de condutas indevidas de outras religiosas envolvidas na denúncia.

Reações e fuga da clausura

Em abril deste ano, pouco após a morte do Papa Francisco, irmã Aline deixou o mosteiro. No dia seguinte, cinco outras religiosas abandonaram a clausura para segui-la. Elas alegam que estavam sendo tratadas como criminosas e vigiadas sob regime de forte repressão.

Atualmente, as freiras questionam no Tribunal Eclesiástico e na Justiça penal italiana a validade das decisões tomadas contra elas. O processo inclui denúncias de calúnia, difamação e, no caso de irmã Aline, também a intenção de processar o abade geral por assédio sexual e moral.

Enquanto a disputa se desenrola nos bastidores do Vaticano e dos tribunais italianos, a religiosa afirma que sua fé e sua busca por justiça seguem inabaláveis.

Comentários

Comentários