
O mercado de trabalho brasileiro registrou avanços importantes no trimestre encerrado em maio de 2025, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (27). A taxa de desemprego caiu para 6,2%, o menor patamar em dez anos.
Ainda assim, o cenário revela um contingente expressivo de trabalhadores fora do regime formal: são 39,3 milhões de pessoas atuando na informalidade, o equivalente a 37,8% da população ocupada.
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Mais ocupação, mas longe da formalização
A população ocupada alcançou 103,9 milhões de pessoas, número que representa crescimento de 1,2% em relação ao trimestre anterior e alta de 2,5% na comparação anual. Apesar desse avanço, a informalidade segue como realidade para uma parcela significativa da força de trabalho. Do total de ocupados, 13,7 milhões trabalham sem carteira assinada e 26,2 milhões atuam por conta própria — grande parte sem CNPJ.
Embora a taxa de informalidade tenha recuado (era de 38,6% há um ano), o número absoluto de informais ainda é expressivo. A redução é atribuída à estabilidade no número de trabalhadores sem carteira e ao crescimento de autônomos com CNPJ, o que contribuiu para a leve melhora na formalização.
Recorde no número de empregos com carteira assinada
Apesar do peso da informalidade, o país alcançou um novo recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado: 39,8 milhões. Esse número representa aumento de 0,5% em relação ao trimestre anterior e crescimento de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2024.
A formalização de postos de trabalho foi impulsionada, principalmente, pelo setor de administração pública, saúde, educação e serviços sociais, que tradicionalmente contratam mais no início do ano letivo. O movimento ajudou a consolidar o aquecimento do mercado.
Outro dado positivo foi a queda no número de pessoas desalentadas — aquelas que desistiram de procurar emprego. O total recuou para 2,89 milhões, uma diminuição de 10,6% frente ao trimestre anterior e de 13,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse é o menor nível desde 2016.
A taxa de subutilização da força de trabalho também caiu para 14,9%, indicando redução da mão de obra desperdiçada. Na prática, há menos pessoas trabalhando menos do que gostariam ou que poderiam estar empregadas.