
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), divulgados nesta quinta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o café moído foi o segundo item que mais impactou a inflação no mês de junho, atrás apenas da energia elétrica.
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Em comparação a maio, o preço subiu 2,86%. No acumulado de 12 meses até junho, no entanto, o encarecimento atinge a impressionante marca de 81,6%.
Enquanto o preço do café continua a pesar no bolso do consumidor, com altas expressivas registradas na prévia da inflação de junho, os produtores brasileiros já observam uma queda nas cotações do grão no campo desde março, com o avanço da colheita.
Queda no campo demora a chegar ao consumidor
Em contraste com os números do varejo, a cotação média mensal do café arábica, o mais consumido e produzido no Brasil, registrou uma queda de 17% em junho em relação a fevereiro, quando o preço havia atingido um recorde histórico, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Analistas do setor indicam que a diminuição dos preços no campo deve começar a refletir no valor final para o consumidor no segundo semestre deste ano, porém de forma "lenta e gradual". A expectativa é que essa tendência de queda ganhe mais intensidade em 2026, desde que não haja problemas na próxima safra. O repasse de preços do produtor para o supermercado costuma levar tempo.Apesar da alta persistente para o consumidor, o IBGE já aponta uma desaceleração no ritmo de alta mensal da inflação do café desde março.
Fatores por trás da baixa no campo
A queda das cotações para os produtores é atribuída ao início da colheita no Brasil em março e à expectativa de uma melhora na safra de países do Sudeste Asiático, como Vietnã e Indonésia. Além disso, a redução do consumo de café no Brasil, impulsionada pelo próprio encarecimento do produto, também contribui para essa baixa.
A projeção, segundo as pesquisas, é que o preço da saca vendida pelo produtor continue em declínio à medida que a colheita avança, com o pico de produção concentrado nos meses de junho e julho. Ou seja, haverá uma queda pequena nos valores do café no segundo semestre, a tendência é que a diminuição mais impactante chegue aos supermercados no início de 2026, quando haverá um aumento na produção.