Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) passaram a relatar novos casos de descontos bancários não autorizados, agora relacionados a empresas privadas como seguradoras e clubes de benefícios. Os relatos surgem após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que em abril de 2024 revelou um esquema que desviou mais de R$ 6 bilhões de aposentadorias entre 2019 e 2024.
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Diferente das deduções feitas diretamente na folha de pagamento, associadas a sindicatos e entidades, os novos casos envolvem descontos realizados após o depósito do benefício nas contas bancárias dos segurados. Os valores são retirados pelas empresas assim que os depósitos são feitos, sem autorização formal dos beneficiários.
Um dos casos citados é o da aposentada Selma Lisboa, de 71 anos, que identificou em maio de 2023 um desconto mensal de R$ 69,90 em sua conta no Bradesco, logo após o recebimento da aposentadoria. A cobrança era feita pela empresa Eagle Sociedade de Crédito Direto. Questionado, o banco informou que a cliente havia autorizado o desconto, o que, segundo a família, não ocorreu.
Outros beneficiários relataram situações semelhantes. Embora alguns tenham conseguido interromper os descontos após reclamações formais, os valores já debitados não foram devolvidos.
Informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que empresas como Grupo Aspecir, Sebraseg/Binclub e Paulista Serviços concentram mais de 45 mil ações judiciais relacionadas a esse tipo de cobrança.
As empresas negaram qualquer prática irregular e afirmaram seguir as diretrizes estabelecidas pelo Banco Central. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) confirmou a abertura de investigações sobre as denúncias.
