
A bronquiolite obliterante, também conhecida como "pulmão de pipoca", é uma condição pulmonar rara que afeta os bronquíolos, pequenas vias aéreas responsáveis por transportar o ar dentro dos pulmões. A doença provoca inflamação, cicatrizes e obstruções permanentes nessas vias, o que compromete a respiração.
Saiba Mais:
- Vídeo mostra crianças lutando pela vida durante ataque de pitbull
- Conheça a doença que já matou milhares no Brasil em 2025
Essa condição ganhou atenção pública após ser diagnosticada em trabalhadores de fábricas de pipoca de micro-ondas que inalavam, diariamente, um composto chamado diacetil. O mesmo composto é encontrado em líquidos de cigarros eletrônicos, também chamados de vapes, e pode estar relacionado ao surgimento da doença em novos grupos populacionais.
Uso de vapes e riscos à saúde pulmonar
Apesar de proibido no Brasil, o uso de cigarros eletrônicos tem se expandido, principalmente entre jovens. O vape é comercializado com sabores variados e, por isso, pode conter substâncias como o diacetil, que dá sabor semelhante ao de manteiga. A inalação desse composto tem sido associada ao aparecimento de danos respiratórios, como os observados na bronquiolite obliterante.
Além do diacetil, o vape pode conter outras substâncias prejudiciais, como:
Nicotina;
Compostos orgânicos voláteis;
Partículas ultrafinas;
Metais como chumbo, estanho e níquel;
Produtos químicos potencialmente cancerígenos.
A combinação desses elementos pode causar inflamações e reações adversas nas vias respiratórias. Em alguns casos, essas substâncias penetram profundamente nos pulmões, promovendo reações inflamatórias intensas.
Há também investigações sobre a presença de vitamina E acetato em vapes, utilizada para alterar a consistência dos líquidos. Embora segura quando ingerida, sua inalação pode gerar reações tóxicas. Outras substâncias como formaldeído e acroleína, frequentemente encontradas em cigarros eletrônicos, são conhecidas por seus efeitos prejudiciais ao tecido pulmonar.
Sintomas da bronquiolite obliterante
Entre os sintomas da bronquiolite obliterante estão:
Tosse persistente (com ou sem produção de muco);
Falta de ar, especialmente durante atividades físicas;
Chiado no peito;
Cansaço acentuado;
Febre e suor noturno em alguns casos.
Esses sintomas podem se confundir com os de outras doenças respiratórias, o que pode dificultar o diagnóstico. A condição tende a ser progressiva, agravando-se com o tempo, especialmente se houver exposição contínua aos agentes irritantes.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito com base nos sintomas, exames clínicos e histórico de exposição a substâncias químicas. Em casos suspeitos, a interrupção do uso de cigarros eletrônicos ou qualquer outro produto inalatório prejudicial é o primeiro passo do tratamento.
O tratamento pode incluir:
Medicamentos anti-inflamatórios, como corticosteroides;
Uso de inaladores para facilitar a respiração;
Monitoramento contínuo da função pulmonar;
Em situações graves, pode ser considerado o transplante de pulmão.
Prevenção
A principal forma de prevenção é evitar a exposição a substâncias químicas irritantes, incluindo os componentes dos cigarros eletrônicos. Trabalhadores que lidam com agentes tóxicos devem usar equipamentos de proteção individual adequados.
Evitar o uso de produtos como o vape é uma medida importante para a preservação da saúde respiratória, especialmente considerando os riscos identificados por especialistas e estudos clínicos recentes. A adoção de hábitos seguros e a busca por orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas respiratórios são essenciais para reduzir complicações.