
Mais de 10 mil casos e mortes foram registrados em 2025 em diferentes regiões do Brasil. A febre Oropouche, transmitida por pequenos mosquitos como o maruim, tem ganhado espaço entre as principais ameaças à saúde pública nacional. Com sintomas similares aos de outras arboviroses, a doença já se espalhou por áreas urbanas e preocupa pelo potencial de agravamento em grupos de risco.
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A propagação do vírus tem sido impulsionada por fatores como o desmatamento, a urbanização acelerada e o aumento de criadouros de mosquitos nas cidades. Estados da Região Norte, como Amazonas e Pará, lideram o número de casos. Cidades como Manaus e Belém também estão entre as mais afetadas, refletindo a rápida adaptação dos vetores aos centros urbanos.
Transmissão favorecida por mudanças ambientais
O vírus Oropouche pertence ao gênero Orthobunyavirus e é transmitido principalmente por insetos como o maruim, conhecido por seu tamanho minúsculo. Em áreas urbanizadas, o mosquito Culex quinquefasciatus também pode atuar como vetor. A infecção acontece por meio da picada de um mosquito contaminado — não há transmissão direta entre pessoas.
A destruição de áreas verdes e a presença de água parada próxima às residências aumentam a exposição da população aos vetores. Além disso, estudos sugerem que variantes mais recentes do vírus podem ter ampliado sua capacidade de disseminação.
Principais sintomas e riscos para a saúde
Os sintomas da febre Oropouche surgem entre quatro e oito dias após a infecção e podem durar cerca de uma semana. Em pessoas vulneráveis, como crianças, idosos e pacientes com comorbidades, o quadro pode ser mais grave. Veja os principais sinais:
• Dor muscular e nas articulações;
• Febre alta de início súbito;
• Náuseas, vômitos e calafrios;
• Dor de cabeça intensa e fotossensibilidade;
• Erupções cutâneas e tontura.
Casos mais graves, embora menos comuns, podem evoluir com complicações neurológicas. A semelhança dos sintomas com outras doenças, como dengue e zika, exige atenção médica para um diagnóstico correto.
Como se prevenir da febre Oropouche
A prevenção da doença está diretamente ligada ao combate aos mosquitos transmissores. Medidas individuais e coletivas são fundamentais para reduzir o risco de infecção. Confira as principais recomendações:
• Eliminar locais com água parada e manter a limpeza urbana;
• Aplicar repelente nas partes expostas do corpo;
• Usar roupas que cubram braços e pernas;
• Instalar telas em portas e janelas;
• Redobrar os cuidados com gestantes e pessoas em grupos de risco.
Pesquisas em universidades como a USP já investigam possibilidades de vacina, mas, por enquanto, a proteção depende da prevenção.
Desafios no combate e controle da doença
O avanço da febre Oropouche levanta uma série de desafios. O principal deles é o diagnóstico — os sintomas semelhantes a outras arboviroses dificultam a detecção precoce, o que atrasa ações de contenção. Além disso, a falta de estrutura em áreas mais afetadas compromete a resposta rápida das autoridades.
A cooperação entre cientistas, gestores de saúde e população é essencial para conter a escalada da doença. O Ministério da Saúde já intensificou campanhas de conscientização, mas especialistas alertam que apenas o engajamento coletivo pode frear o crescimento dos casos.