
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, registrou uma alta de 0,26% em maio, conforme dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da taxa ser a menor para o mês desde 2023 (quando subiu 0,23%), a desaceleração de 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação a abril (0,43%) trouxe um misto de alívio e preocupação.
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No acumulado do ano, a inflação soma 2,75%. Nos últimos 12 meses, o IPCA desacelerou para 5,32%, após um período de alta, mostrando um leve recuo em relação aos 5,53% do mês anterior.
O que puxou e o que freou os preços
Apesar da desaceleração geral, o destaque negativo de maio foi o grupo Habitação, que teve um salto de 1,19%. O principal vilão foi a energia elétrica residencial, com alta de 3,62%, impactada pela aplicação da bandeira amarela nas contas de luz. Essa medida adicionou R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, devido à redução das chuvas e à transição para o período de seca, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Outro fator de pressão foram os produtos farmacêuticos, que subiram 0,69% após o reajuste autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). O plano de saúde também subiu 0,57%, embora o grupo Saúde e Cuidados Pessoais tenha desacelerado de 1,18% em abril para 0,54% em maio.
Por outro lado, o alívio veio do grupo Transportes, que registrou queda de 0,37%, impulsionado pela redução nos preços das passagens aéreas (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%). Gasolina (-0,66%), óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%) e gás veicular (-0,83%) contribuíram para a desaceleração.
A Alimentação e Bebidas também mostrou desaceleração significativa, passando de 0,82% em abril para 0,17% em maio. A alimentação no domicílio teve uma variação de apenas 0,02%, com quedas em itens como tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%). No entanto, alguns itens tiveram alta, como batata-inglesa (10,34%), cebola (10,28%), café moído (4,59%) e carnes (0,97%).
Produtos em alta
Sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em maio:
Habitação: 1,19%
Saúde e Cuidados Pessoais: 0,54%
Vestuário: 0,41%
Despesas Pessoais: 0,35%
Alimentação e Bebidas: 0,17%
Comunicação: 0,07%
Educação: 0,05%
Produtos em queda
Transportes: -0,37%
Artigos de Residência: -0,27%
A inflação de maio de 0,26% ficou abaixo das projeções do mercado financeiro, que esperavam um avanço de 0,37% nos preços, indicando um cenário ligeiramente mais favorável do que o previsto pelos analistas.