Pesquisadores encontraram indícios de uma grande massa de material quente ascendendo das profundezas da Terra sob a região da África Oriental. A movimentação pode estar relacionada à separação da crosta terrestre no chamado Sistema de Rift da África Oriental.
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A descoberta foi feita a partir da análise de gases emitidos por um campo geotérmico no Quênia. O estudo foi liderado por Fin Stuart, da Universidade de Glasgow, com colaboração de instituições da China e dos Estados Unidos. A equipe identificou que os gases analisados possuem origem em uma camada profunda do planeta, situada na fronteira entre o núcleo e o manto.
Os pesquisadores coletaram amostras em poços geotérmicos com mais de dois mil metros de profundidade. A análise dos isótopos do gás néon, realizada com equipamentos de alta precisão, apontou que a composição dos gases é semelhante à de rochas vulcânicas encontradas em outras regiões do continente africano e no Havaí.
Os dados sugerem que uma estrutura geotérmica profunda — conhecida como superpluma — pode estar alimentando a atividade vulcânica na região e contribuindo para a fragmentação da crosta terrestre no leste da África.
O Sistema de Rift da África Oriental, onde o fenômeno ocorre, atravessa países como Etiópia, Quênia, Uganda e Malawi. Nessa área, o afastamento de três placas tectônicas — Arábica, Somali e Nubiana — forma o chamado Triângulo de Afar. A movimentação constante dessas placas resulta em mudanças geológicas, como o surgimento de vulcões, rachaduras e terremotos.
Segundo especialistas, o processo de separação teve início há cerca de 33 milhões de anos e, em escala geológica, poderá levar à formação de um novo oceano, dividindo a região leste da África do restante do continente.