Piracicaba ocupa a 8ª colocação no ranking de arborização da Região Metropolitana, com 86,07% de suas vias públicas arborizadas, segundo o Censo 2022 do IBGE. Cidades como Águas de São Pedro, Santa Bárbara d'Oeste, Elias Fausto e Nova Odessa aparecem à frente da cidade no levantamento que analisou as condições urbanísticas das vias brasileiras.
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Segundo o estudo, quase 115 milhões de brasileiros vivem em ruas com pelo menos uma árvore. Em Piracicaba, o índice indica que a cada 10 vias públicas, pelo menos oito contam com alguma forma de cobertura arbórea.
O IBGE considera arborizado o trecho urbano geralmente uma face de quarteirão que apresenta ao menos uma árvore. A metodologia, no entanto, simplifica a realidade:
“Se o trecho tiver apenas uma árvore (que é pouco!) ou tiver dez (cenário ideal, a depender do caso), ele é tratado da mesma forma. Isso pode esconder deficiências importantes”, observa o engenheiro florestal Flávio H. Mendes.
O especialista pontua que o modelo de contagem tem valor ilustrativo e facilita comparações, mas não avalia a qualidade ou a distribuição das árvores na cidade.
“Esse índice pode mostrar uma rápida visualização da arborização dos municípios, mas pode esconder outros problemas, como sua qualidade, quantidade e onde essas árvores estão de fato presentes.”
Em 2010, Piracicaba apresentava um índice maior: 94,6%. A queda para os atuais 86,07% desperta atenção.
“Está bom ou ruim? Precisamos de um estudo mais aprofundado para responder. Mas o que posso dizer é que Piracicaba está na média estadual”, afirma Mendes.
Ele compara: “Campinas tem um índice próximo ao nosso. Em 2021, publiquei um estudo na Revista Brasileira de Arborização Urbana com os 645 municípios paulistas — e Piracicaba está ali, no meio da curva.”
Além de estética e sombra, a arborização urbana traz benefícios diretos à população.
“São mais de 22 ganhos ambientais: melhoria da qualidade do ar, controle de temperatura, redução de enchentes e até impacto positivo na saúde mental. Pessoas que vivem próximas a áreas verdes têm uma expectativa de vida maior e com mais qualidade”, ressalta o engenheiro.
Para que esses benefícios sejam efetivos, Mendes reforça a necessidade de planejamento.
“É preciso saber o que tem e onde tem. Avaliar a quantidade e a qualidade das árvores, as espécies, as condições fitossanitárias e identificar áreas prioritárias para melhorias.”