
Com o encerramento da produção de etanol de segunda geração (E2G) na Unidade Costa Pinto, a Raízen deve demitir nos próximos dias cerca de 50 funcionários, caso não aceitem uma proposta de realocação. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Piracicaba, Fânio Luiz Gomes. Em contrapartida, aproximadamente 100 empregados serão transferidos para outros setores da mesma unidade ou para diferentes unidades do grupo.
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“Para quem não aceitar a realocação, conseguimos negociar um pacote de benefícios para ajudar esses trabalhadores enquanto buscam outro emprego. Negociamos seis meses de auxílios, como vale-alimentação, plano odontológico e seguro de vida, para que eles não percam nenhum dos benefícios que já tinham”, afirmou Gomes. Ao Jornal de Piracicaba, a Raízen informou que não se manifestará sobre a situação.
Em comunicado enviado aos acionistas e ao mercado, na sexta-feira (17), o CFO e diretor de relações com investidores da empresa, Rafael Bergman, informou que a unidade passará a operar como planta dedicada “a testes e futuros desenvolvimentos do biocombustível”. “Inaugurada em 2015, a Copi [Costa Pinto] passou por diversas transformações para aprimoramento e desenvolvimento da tecnologia de produção de E2G, que foi replicada em escala comercial na Planta de Bonfim (planta dois), que já está operacional, e nas Plantas Univalem (Planta três) e Barra (Planta quatro), que estão em fase de comissionamento e iniciarão operação após obtenção das autorizações necessárias”, informou Bergman.
A descontinuação das atividades vai ocorrer a partir de 1º de abril, data em que se inicia a próxima safra. Piracicaba foi pioneira na produção desse tipo de combustível e se destacou por fabricar um etanol que emite 15 vezes menos dióxido de carbono em comparação ao etanol convencional. Este combustível é gerado a partir do reaproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar, contribuindo para a produção de energia limpa e renovável. Na época do lançamento, a fábrica investiu R$ 230 milhões, com parte dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e foi construída em uma área de 30 mil metros quadrados, com capacidade para produzir 42 milhões de litros de etanol por ano.