
David Lynch, cineasta e roteirista que transformou o cinema americano com sua visão artística sombria e surreal em obras como Veludo Azul e Cidade dos Sonhos, além da série Twin Peaks, morreu nesta quinta-feira (16), aos 78 anos.
Em 2024, o diretor revelou estar enfrentando enfisema, causado por anos de tabagismo, e anunciou que não poderia mais dirigir. Sua família comunicou a morte pelas redes sociais, dizendo: “Há um grande vazio no mundo sem ele. Mas, como ele diria, ‘Foque no donut, não no buraco.’”
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Segundo a revista americana Variety, Lynch começou sua carreira artística como pintor e cineasta de curtas-metragens experimentais, ganhando notoriedade com Eraserhead (1977), seu longa de estreia. O sucesso peculiar do filme chamou a atenção de Hollywood, resultando em O Homem Elefante (1980), que rendeu ao diretor oito indicações ao Oscar. Apesar de tropeçar com o fracasso de bilheteria de Duna (1984), Lynch consolidou seu estilo com Veludo Azul (1986) e a série Twin Peaks (1990), que redefiniu a televisão americana ao mesclar mistério, surrealismo e temas perturbadores.
Obras como Cidade dos Sonhos (2001), premiado em Cannes, e Império dos Sonhos (2006) exploraram identidades duplas, transformações inexplicáveis e violência inesperada. Lynch também se destacou como pintor, músico e defensor da meditação transcendental, fundando a David Lynch Foundation para promover a prática.
O diretor, que recebeu diversos prêmios honorários ao longo da carreira, deixa um legado artístico único, incluindo influências profundas em séries contemporâneas e no cinema experimental. Lynch era casado quatro vezes e deixa quatro filhos.