SAÚDE

Asma: doença crônica não tem cura e deve ser observada

Segundo médico da Santa Casa de Piracicaba, crianças são mais suscetíveis à asma, mas adultos também são afetados

Por Roberto Gardinalli | 23/06/2024 | Tempo de leitura: 2 min
roberto.gardinalli@jpjornal.com.br

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Sensação de aperto e chiado no peito, misturada com tosse e dificuldade para respirar. Esses são alguns dos sintomas clássicos da asma, doença crônica das vias respiratórias, que tem como característica a inflamação e estreitamento dos brônquios, o que dificulta a passagem do ar. A doença atinge aproximadamente 10% da população mundial e, no Brasil, só em 2022, 83.155 pessoas foram internadas e 524 morreram por conta da condição, segundo o DataSUS.

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Segundo o pneumologista intensivista da Santa Casa de Piracicaba, Murilo Piva, as crianças são mais propensas a desenvolver a doença, mas os adultos também podem ser diagnosticados. A forma mais comum é a asma alérgica.”Pode ser desencadeada por inalação de alérgenos, como poeira, ácaros e mofo; e há também a asma causada por agentes irritantes como fumaça, produtos de limpeza e perfume. Dentre outras causas, podemos citar as infecções respiratórias virais, mudança de tempo, estresse e poluição ambiental, além da asma com manifestação tardia e da asma associada à obesidade, por exemplo”, explica o médico.

Por ser uma doença crônica e alérgica, o tratamento da asma tem mudado de forma significativa ao longo das últimas décadas. “Observaram-se mudanças substanciais na forma de tratar essa condição. Protocolos internacionais, como o GINA (Global Initiative for Asthma, termo em inglês), redefiniram as diretrizes, resultando em uma abordagem mais focada no controle e na prevenção das crises asmáticas. As vacinas, antes parte do arsenal terapêutico, foram substituídas por uma abordagem mais constante e preventiva, uma vez que a asma não possui cura”, explica o médico.
Segundo ele, estudos recentes destacaram a importância do tratamento constante, mesmo em casos de asma leve. “Grupos de pacientes tratados com doses baixas e regulares de medicamentos apresentaram função pulmonar comparável àquela de indivíduos não asmáticos. Em contraste, aqueles que recorreram ao tratamento apenas durante as crises experimentaram uma maior perda de função pulmonar ao longo do tempo”, enfatiza.

O tratamento da asma, segundo Piva, requer uma combinação de medicamentos de alívio imediato e de controle a longo prazo. Os medicamentos de alívio rápido, como broncodilatadores, são utilizados para aliviar os sintomas durante uma crise asmática, enquanto os medicamentos de controle a longo prazo, como corticosteroides inalatórios, reduzem a inflamação das vias aéreas e previnem o surgimento de crises. “Somente nos casos mais graves ou de difícil controle, são prescritos medicamentos imunobiológicos, que têm sido uma revolução no tratamento de várias outras doenças também”, diz.

“Manter ambientes limpos, evitar alérgenos, não fumar, evitar áreas com ar poluído e manter uma rotina de atividade física são práticas recomendadas; assim como um plano de ação, desenvolvido em com o médico, que inclua o monitoramento regular dos sintomas e uso adequado dos medicamentos, práticas essenciais para o gerenciamento eficaz da asma”, completa.

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