CRISE

Tragédia no Sul já deixou arroz mais caro, diz relatório da Esalq

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 2 min
Roberto Gardinalli/JP

Um relatório do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz) de Piracicaba apontou que o preço do arroz já aumentou em média 8,06% no acumulado de abril de 2024 como consequência das chuvas que afetam o Rio Grande do Sul. Segundo o relatório, houve prejuízo nas áreas produtoras por conta de inundações nos campos, além das falhas logísticas causadas pelas tempestades.

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O aumento do preço, porém, começará a ser sentido em breve nos supermercados. O aumento analisado em abril foi observado, num primeiro momento, no arroz em casca, que é enviado para distribuidoras. O preço da saca de 50 quilos foi, em média, de R$ 101,91, após o fechamento do mês de abril.

“A colheita foi frequentemente interrompida pelas fortes chuvas, que causaram o acamamento das lavouras e a inundação de uma grande parte delas. O prejuízo foi agravado principalmente em áreas em que o cereal já estava maduro há algumas semanas, afetando a qualidade dos grãos devido aos ciclos repetidos de umedecimento e secagem. Com isso, a liquidez no mercado de arroz em casca foi praticamente nula entre o final de abril e o início de maio. Ainda assim, os preços do cereal avançaram no acumulado de abril”, citou o relatório.

Responsáveis por cerca de 70% da produção de arroz em todo o país, os produtores do Rio Grande do Sul estão encontrando dificuldades na colheita e no escoamento da carga do cereal para o país por conta do cenário causado pelas tempestades que atingem a região. A Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul) garante, porém, que a oferta de arroz não será afetada em todo o país, já que 83% da colheita já foi feita, o que garante o abastecimento. O consumidor, porém, vai sentir a crise no bolso.

Segundo a Federarroz, a grande dificuldade que os produtores têm encontrado é no escoamento da colheita. De acordo com Alexandre Velho, presidente da federação, as quantidades garantem o abastecimento, mas há um problema momentâneo de logística, mas que deve se normalizar em breve. “Embora tenhamos este grande problema com relação à colheita do que falta, nós temos plenas condições de afirmar que nós não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno”, disse.

“Mas a ligação com os grandes centros através da BR-101 está normal, temos bastante arroz para deslocar para as regiões centrais do Brasil. Então não existe qualquer problema com relação ao abastecimento ou uma necessidade urgente de importação. O Brasil é um grande produtor de arroz, a área aumentou aqui no Rio Grande do Sul, assim como em outros Estados produtores.”, completa.

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