PARALISADO

Instituto Federal de Piracicaba adere à greve nacional e paralisa atividades

Campus de Piracicaba se juntou a 470 unidades da Rede Federal de Ensino que paralisaram as atividades no último dia 3 de abril; greve segue por tempo indeterminado

Por Roberto Gardinalli | 12/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min
roberto.gardinalli@jpjornal.com.br

Will Baldine/JP

O campus do Instituto Federal de Piracicaba decidiu aderir à greve iniciada pelos servidores da Rede Federal de Educação. A paralisação no campus de Piracicaba teve início no último dia 10, e tem como principais pautas a reestruturação das carreiras, recomposição salarial e de orçamentos, e revogação do Novo Ensino Médio.

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A adesão de Piracicaba à greve foi confirmada pelo professor de Filosofia do Instituto Federal de Piracicaba, Adelino Francisco de Oliveira, que também é coordenador da pasta de Políticas Étnico-Raciais do Sinasefe-SP (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). “O campus Piracicaba do Instituto Federal, reunido em Assembleia no dia 8 de abril, decidiu pelo início da greve desde o dia 10 de abril. Assim, o câmpus está em greve desde essa data”, disse o professor. “A greve vem porque já faz mais de 7 anos que o nosso salário está congelado, a gente não tem nenhum aumento em relação à inflação”, disse Jussara, servidora do Instituto Federal que aderiu ao movimento. “A inflação tem consumido o nosso salário e a gente luta por essa melhoria, que impacta diretamente no serviço oferecido aos alunos”, completou.

A paralisação em Piracicaba também tem apoio dos estudantes e do Diretório Acadêmico, que decidiu aderir ao movimento ao lado dos servidores. “A gente pretende fazer a adesão da greve dos estudantes para também ter essa luta pela recomposição orçamentária, que vai garantir para a gente a volta do fomento à pesquisa no Instituto Federal e a volta de políticas de permanência que sejam realmente efetivas para garantir que os estudantes não façam a evasão que está acontecendo nos últimos tempos”, disse Pedro Paulo, representante do Diretório Acadêmico do Ifes de Piracicaba. “A gente acha que é importante fazer essa adesão dos estudantes para somar aos servidores para a gente poder ter uma mobilização grande e ter as reivindicações atendidas”, completou.

A greve dos Institutos Federais teve início no último dia 3 de abril em todo o Brasil e não tem data prevista para terminar. Segundo o Sinasefe, em todo o Brasil, 470 unidades estão paralisadas. Segundo o sindicato, as principais reivindicações são a reestruturação das carreiras de técnico-administrativos e docentes e a recomposição salarial orçamentária já que, segundo o sindicato, “o governo deve cortar aproximadamente R$ 30 milhões do orçamento da Educação. O corte pode prejudicar o custeio das unidades, o pagamento das despesas básicas (como água, limpeza, segurança), impactando, principalmente, estudantes que necessitam das políticas de assistência estudantil”.

Com relação à recomposição salarial, o Sinasefe informou que apresentou uma proposta ao governo federal, sendo o reajuste de 34,32% divididos em três parcelas iguais de 20,34% em três anos (2024, 2025 e 2026) para os servidores federais que firmaram acordos em 2015 para dois anos, para os profissionais com plano de carreira dos cargos técnico-administrativos; e 22,71% dividido em três parcelas iguais de 7,06% (2024, 2025 e 2026) para servidores que, em 2015, fecharam acordos salariais por quatro anos (2016 a 2019), para os docentes com carreira em regime de dedicação exclusiva. O Sinasefe também reivindica o reajuste dos auxílios e bolsas dos estudantes, além da revogação do chamado Novo Ensino Médio, instituído nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

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