'HERANÇA MALDITA'

Saud deixou o triplo da dívida de Ortiz, e 4 vezes a de Peixoto

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Montagem feita com fotos de arquivo
Os ex-prefeitos Roberto Peixoto, Ortiz Junior e José Saud
Os ex-prefeitos Roberto Peixoto, Ortiz Junior e José Saud

O montante de dívidas vencidas deixado pelo ex-prefeito de Taubaté José Saud (PP) supera em 3,2 vezes o rombo recebido por ele do ex-prefeito Ortiz Junior (sem partido), e em 4,2 vezes os valores em aberto recebidos por Ortiz do ex-prefeito Roberto Peixoto (sem partido).

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O levantamento foi feito pela reportagem com base em valores divulgados no início de cada governo - ou seja, a dívida deixada por Peixoto foi divulgada na gestão Ortiz em janeiro de 2013; a dívida de Ortiz foi divulgada no governo Saud em janeiro de 2021; e a dívida de Saud foi divulgada pela gestão do prefeito Sérgio Victor (Novo) nessa sexta-feira (24).

Para permitir uma comparação justa, os valores das dívidas deixadas por Peixoto e por Ortiz foram corrigidos pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é o índice oficial da inflação.

Comparativo.

Peixoto foi prefeito de Taubaté por dois mandatos, de 2005 a 2012. Ao assumir a Prefeitura, em janeiro de 2013, Ortiz disse que o antecessor havia deixado R$ 45 milhões em dívidas vencidas - valor que, atualizado, representaria hoje R$ 105 milhões.

Ortiz também foi prefeito por dois mandatos, de 2013 a 2020. Ao assumir a Prefeitura, em janeiro de 2021, Saud disse que o antecessor havia deixado R$ 108 milhões em dívidas vencidas - montante que, corrigido, representaria atualmente R$ 137 milhões.

Já Saud foi prefeito por apenas um mandato, de 2021 a 2024, e não conseguiu a reeleição. Segundo balanço divulgado pela gestão Sérgio, a dívida vencida deixada por Saud soma R$ 446 milhões.

Detalhamento.

Dos R$ 446 milhões deixados em dívidas vencidas por Saud, R$ 191 milhões são referentes a cinco parcelas do empréstimo do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) que não foram pagas pela gestão passada, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2024. Essas parcelas somam R$ 172 milhões, e os R$ 19 milhões restantes são de juros acumulados. Esse montante foi quitado pela União, que é a avalista do empréstimo - ou seja, agora a Prefeitura deve esse valor para o governo federal.

Os R$ 255 milhões restantes são de dívidas que deveriam ter sido pagas até o fim de 2024, mas continuam em aberto e não foram reparceladas.

Entre esses R$ 255 milhões, os maiores credores da Prefeitura são a EcoTaubaté, responsável pela limpeza urbana, com R$ 34 milhões; o IPMT (Instituto de Previdência do Município de Taubaté), com R$ 32,2 milhões; e a SHA, responsável pela merenda escolar, com R$ 30,5 milhões. A lista também tem valores devidos para credores como ABC Transportes, com R$ 6,3 milhões; Funcabes (Fundação Caixa Beneficente dos Servidores da Universidade de Taubaté), também com R$ 6,3 milhões; e Unitau (Universidade de Taubaté), referente a bolsas de estudo, com R$ 6,1 milhões.

Podia ser mais.

O rombo de R$ 446 milhões deixado por Saud leva em consideração apenas as dívidas vencidas, que deveriam ter sido pagas até o fim de 2024 e que não foram reparceladas.

Entre dezembro de 2022 e agosto de 2024, a Prefeitura deixou de repassar R$ 174,3 milhões ao IPMT. No entanto, como foi firmado acordo para parcelar esse montante em cinco anos, esse valor não entra na conta de dívidas vencidas.

Comentários

1 Comentários

  • Ivam 25/01/2025
    O que vale é o que o Tribunal de contas apontou!