INVESTIGAÇÃO

PF investiga sonegação de mansão ostentada pelo influencer Cariani em Campos do Jordão

Influenciador fitness e empresário se tornou réu; transações falsas eram usadas para mascarar desvio de produtos químicos para produção de crack e cocaína

Por Da redação | 26/02/2024 | Tempo de leitura: 3 min
São José dos Campos

Reprodução / Redes Sociais

Renato Cariani é investigado por possível sonegação de mansão em Campos do Jordão
Renato Cariani é investigado por possível sonegação de mansão em Campos do Jordão

Réu por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro, o influenciador fitness, empresário e fisiculturista Renato Cariani, 47 anos, também é investigado por possível sonegação de uma mansão em Campos do Jordão.

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Segundo a Polícia Federal, o imóvel não foi incluído nas declarações de Imposto de Renda de Cariani. A informação é do jornal O Globo.

As investigações identificaram documentos relacionados ao imóvel em troca de e-mails de Cariani. A mansão, que constava em nome de um cidadão americano e um brasileiro, teria sido comprada pelo influencer em 2012, pelo valor de R$ 470 mil. Em depoimento, o réu confirmou a compra do imóvel.

COMPRA.

Segundo Cariani, a casa pertencia a um casal. Um deles, americano com cidadania brasileira, morreu, e sua família teria “desprezado” os direitos sobre metade do imóvel.

A venda, então, foi tratada entre o influencer e o brasileiro, dono da outra metade da propriedade, que teria vendido ao fisiculturista apenas a sua parte. A Polícia Federal apura as circunstâncias dessa aquisição.

De acordo com Cariani, a comprovação de propriedade sobre a outra parte da mansão seria feita por usucapião. Segundo a PF, o empresário tem outras casas declaradas em seu Imposto de Renda. Por isso, “o fato de não ter declarado este imóvel especificamente levanta suspeitas sobre os motivos da possível ocultação de patrimônio”.

PATRIMÔNIO.

Outro ponto investigado é a evolução do patrimônio de Cariani. Entre 2014 e 2022, os bens avaliados dele passaram de R$ 2,4 milhões para mais de R$ 8 milhões, um aumento de 333%.

Além disso, a PF também levantou suspeita acerca do montante em espécie acumulado pelo empresário. Entre 2014 e 2022, ele acumulou R$ 942,2 mil reais em sua posse.

Segundo a polícia, “chama a atenção” que alguém armazene abundante quantia de dinheiro “nos dias de hoje”, quando se dispõe de ferramentas que oferecem “segurança”, como o Pix.

TRÁFICO.

O empresário tornou-se réu por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro na última sexta-feira (23), por decisão da juíza Maria da Conceição Pinto Vendeiro, da 3ª Vara Criminal de Diadema.

Em publicação nesta semana, Cariani publicou uma imagem com a mensagem: "Você só incomoda os fracos, os fortes te admiram". Em uma série de vídeos, o influenciador também tentou argumentar que os últimos desenvolvimentos na Justiça não eram surpresa, já que ele era sócio na empresa envolvida, mas “não necessariamente tem culpa” pelas irregularidades.

Cariani é acusado de ter desviado produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico. Uma fábrica em Pindamonhangaba teria sido usado no esquema criminoso.

DROGAS.

Também conduzida pela Polícia Federal, a investigação apontou que em seis anos foram desviadas algo em torno de 12 toneladas de acetona, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, éter etílico, fenacetina e manitol, substâncias usadas por criminosos para transformar a pasta base de cocaína em pó e em pedras de crack.

A quantidade de produtos químicas desviados seria suficiente para produzir 19 toneladas de crack.

Nas redes sociais, o fisiculturista disse ter sido surpreendido pela ação dos agentes e que ainda não teve acesso à investigação. Ele afirmou que sua sócia, Roseli Dorth, tem 71 anos, décadas na indústria e que ela era responsável por contratos, licenças e certificações. Ela também é investigada.

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