O corte de árvores na região central de São José dos Campos, cidade com ilhas de calor de até 12ºC de diferença na temperatura, levou ambientalistas a entrar com uma representação do MP (Ministério Público) para investigar “possível crime e ambiental gravíssimo”.
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Segundo a denúncia dos ambientalistas, foram cortadas 58 árvores no chamado Bosque Vila Ema, que seria uma área de preservação permanente e em processo de regeneração. O corte teria sido iniciado em 4 de janeiro e concluído no dia 6, em trecho da avenida Francisco Ricci, na Vila Ema, região central de São José.
Os ambientalistas Angela Silva, José Moraes Barbosa e Vicente Cioffi denunciam na representação o que seria, na avaliação deles, um crime ambiental gravíssimo por “desmatamento da vegetação nativa”.
Na representação, eles questionam a obra no local, apontando a responsabilidade para a construtora Raposo, e a “suposta autorização” para o corte de árvores dada pela Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade de São José dos Campos.
“A ação teria ocorrido sem qualquer aparente preocupação ambiental e ignorando o avanço das mudanças climáticas e a sustentabilidade ambiental ou supostamente qualquer tipo de consulta prévia aos moradores locais, não se tendo conhecimento de qualquer estudo de Impacto de Vizinhança ou consulta ao Comam [Conselho Municipal de Meio Ambiente]”, diz trecho da representação.
“Todo esse gravíssimo e aparente crime ambiental supostamente vem ocorrendo à revelia do Código Florestal, Lei de Zoneamento, Plano Diretor e legislação preventiva estadual de mudanças climáticas”, escreveram os ambientalistas, que pedem ao MP que instaure uma ação civil pública para apurar a denúncia.
OUTRO LADO
Em placa no local da obra, a construtora informa que o corte das árvores conta com a autorização para supressão nº 233/2023 (58 árvores). Além disso, informa que a compensação ambiental é de R$ 159,6 mil.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade de São José dos Campos confirmou a autorização para o corte de 58 árvores. Ao invés de replantio, o empreendimento pagou R$ 159,6 mil ao Fumcam (Fundo Municipal de Conservação Ambiental).
A pasta informou que a construção de um prédio é permitida na área do corte das árvores, em conformidade com a Lei de Zoneamento da cidade. Atualmente, a Vila Ema tem 23,5% de cobertura arbórea.
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Comentários
12 Comentários
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ALEXANDRA DE CASSIA MAXIMIANO 16/01/2024E esses 159 mil pagos ao fundo nunca será visto sendo revertido para a cidade ou munícipes. Árvores e mais árvores sendo cortadas. Até o final do mandato desse prefeito não teremos mais vegetação na cidade -
Paulo .enoncin 15/01/2024É triste. Um bairro no qual era lindo, mas os vereadores, sei lá pq, fizeram leis que transformarão este local em um pombal. Autorizam leis e prédios grudados janela com janela, vias pequenas que não condizem com o tráfego hoje existente. Isso desvaloriza o nobre bairro que se paga bem iptu. Não sou contra o desenvolvimento, mas todo o prédio deve ter em sua área no mínimo 20% de vegetação (árvores e não grama) e muito menos a tal da compensação, pois nós que tínhamos um pouco de flora e fauna teremos concreto. Repense nas leis Srs vereadores e não na ganância imobiliária. -
Maurício Dias 14/01/2024Minha sugestão é que se verifique se nos 2 últimos anos houve alguma alteração no Plano Diretor que veio a alterar o mesmo de forma à dar qualida à essa ação. A depender do caso dar a devida punição àqueles que permitiram esse absurdo.p -
Carlão 14/01/2024Moro há 17 anos na Vila Adyana é neste tempo do vejo árvores e mais árvores serem cortadas. Não vi UMA série plantada. É de conhecimento de todos que hoje já temos ilhas de calor na cidade e a prefeitura, incompetente, está de braços abertos para este problema. -
Pedro Ricardo 12/01/2024De novo a turminha do barulho, militantes, ativistas, se estão tão preocupados, deveriam deveriam denunciar fatos que de fato afetam o meio ambiente ou então alterar a lei que permite a compensação ambiental, ora se isto é crime então mudem a lei mas é mais fácil ser ativista do que do que realista, mudem a lei senhores!!! -
Aldecy Soares Alves 12/01/2024Está prefeitura de São José dos Campos ama cortar árvores... -
Wellington Vieira Rosa 12/01/2024Em alguns locais devido o porte das árvores e perigo de caírem o corte foi perfeito, o que não é o caso aqui. A Prefeitura deveria contar com um viveiro e desenvolver mudas de árvores próprias para plantas em frente às casas etc. Quando residia em Vitória no ES isto já era usado. Resido no bairro Vila Adyana onde várias árvores foram cortadas e simplesmente não fizeram nada. Ainda há tempo de fazê-lo. Ano que vem tem eleições municipais. É hora de tentar reverter essa situação. Entretanto a Prefeitura -
Elaine 12/01/2024Exatamente o que muitos aqui falaram. Se corta em um lugar tem que ser plantado no mesmo lugar, pois se corta na zona leste por exemplo, e plantar na zona sudeste, qual sentido? Deveria fazer uma campanha para saber que gostaria de plantar árvores em frente sua casa e voltar a ser uma SJCzmpiz como nos anos 80 a 90 que todos os bairros eram lindos. Árvores próprias que não tenha problema com crescimento. No sul do país tem cidades que dá até desconto no IPTU por munícipe que cuida da árvore em frente sua residência. É NECESSARIO ESSE REPLANTIO, nos bairros, dentro das escolas nas praças e avenidas... que esse GOVERNO realmente tome uma atitude e pense na qualidade de vida. Afinal... cidade inteligente como alega ser e ultimamente não tem merecido esse título @ -
Nadia Gomes 12/01/2024São José dos Campos mudará de nome, em breve, para São José do Concreto... pq o bom mesmo é morar em São José! -
Eduardo 12/01/2024É incrível como aparece gente sem conhecer todo o processo de liberação de uma construção e fica dando pitaco , como se tivesse ao menos plantado uma árvore em sjc rsrs. Se a árvore lá cai e encima de um carro e culpa da prefeitura , se corta é culpa da prefeitura, se foi abduzida é culpa da prefeitura, tem muito cheiro de politicagem estes ambientalistas. Já basta o Oba do Urbanova que prejudicaram alguns empregos que seriam gerados na cidade , agora como não devem ter ganhado nem um café, estão procurando mi-mi-mi em muitos dos crescimentos da cidade . E o mais interessante é não ter deles ( ambientalistas) nem um projeto do próprio punho na cidade, é muito mi-mi-mi -
Maria Rita 12/01/2024É muito corte de árvore em São José dos Campos. Como não teremos ilhas de calor? A prefeitura corta, ou permite o corte de árvores num bairro e obriga o plantio de outra(s) numa região bem diferente. Isso não resolve o problema. -
Cesar Augusto Ramos 11/01/2024Estas pessoas que estão no comando da cidade não tem a mínima sensibilidade em relação ao meio ambiente (Mãe Natureza) e vão matando árvores sem controle... porque a lei permite. Eles só veem o dinheiro diante dos olhos. O valor de 150 mil reais nunca vai pagar o mal que foi feito com a devastação da área verde para construir um edifício. A população já sofre a muito tempo, os problemas de calor intenso e desastres com chuvas intensas, alagamentos e altos riscos para a saúde. Mas nada disso importa em nome do lucro e o prefeito tem responsabilidade no que acontece com as pessoas...ou não?