HELICÓPTERO

Piloto que sumiu no Vale atendia celebridades e era investigado por voo irregular

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução / Redes Sociais
Cassiano Tete Teodoro pilotava o helicóptero que sumiu no Vale
Cassiano Tete Teodoro pilotava o helicóptero que sumiu no Vale

Piloto do helicóptero modelo Robinson R44 que desapareceu dos radares no domingo (31), enquanto voava pelo Vale do Paraíba, atendia celebridades e foi investigado por não ter autorização legal para oferecer voos remunerados (táxi-aéreo).

Faça parte do canal de OVALE no WhatsApp e receba as principais notícias da região! Acesse: https://whatsapp.com/channel/0029VaDQJAL4tRs1UpjkOI1l

Cassiano Tete Teodoro pilotava a aeronave na qual viajavam mãe e filha – Luciana Rodzewics, 45 anos, e Letícia Ayumi Rodzewics, 20 anos – e um amigo das duas, Raphael Torres, que tem 41 anos. Todos estão desaparecidos.

A aeronave decolou por volta de 13h de domingo do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Ilhabela. O último contato do piloto foi por volta de 15h.

Nos registros da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o helicóptero aparece como regular para voos e inscrito na categoria de "serviço aéreo privado", mas com operação negada para táxi-aéreo.

INCIDENTE

Em janeiro de 2020, um vídeo viralizou nas redes sociais mostrando um helicóptero, modelo Robinson R44 – do mesmo tipo do usado na viagem para Ilhabela –, perdendo o controle e fazendo um pouso forçado no terraço de um prédio, na avenida Brigadeiro Faria Lima, centro empresarial da cidade de São Paulo.

Piloto responsável pelo voo, Cassiano Tete Teodoro e os passageiros saíram ilesos. O caso foi investigado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) por ter indícios de prestação de serviço irregular de táxi-aéreo, já que Cassiano não tinha autorização legal para oferecer voos remunerados na época.

Nas redes sociais do piloto era possível encontrar fotos dele com celebridades, como artistas de TV e jogadores de futebol como seus passageiros. Em alguns posts, ele era chamado de “Guilherme”.

Na época do incidente na Faria Lima, a Anac afirmou à CNN que existiam outros processos administrativos contra Cassiano e sua empresa na ocasião, a Voe SP, para apurar denúncias de táxi-aéreo clandestino e fraudes em manutenção de aeronaves.

Em um dos processos, o piloto foi acusado de ter fraudado o sistema de plano de voo ao informar matrícula de uma aeronave diferente da que ele usava, em 2016. Foi recomendada a abertura de um processo de cassação de licença do piloto por “caso grave de apresentação de informações falsas ao órgão de controle do espaço aéreo no intuito de obter vantagens pessoais ao decolar com aeronave não autorizada”.

Cassiano foi multado, em 2016, por conduta irregular em plano de voo e também foi suspenso cautelarmente, em 2017, por 93 dias, e por 73 dias em 2019, por indícios de transporte aéreo clandestino. Duas aeronaves pilotadas por ele também foram suspensas cautelarmente, em 2017 e 2019.

Procurado em 2020 pela CNN, por ocasião da investigação, Cassiano disse que a empresa não estava operando e aguardava a certificação da agência reguladora. Ao ser indagado sobre usar outro nome para se apresentar aos passageiros, ele explicou que “Guilherme, internamente, é um nome de pista”.

Em setembro de 2021, a diretoria da Anac cassou a habilitação de Cassiano para pilotar. Ele tentou impedir a cassação na Justiça, mas perdeu. A suspensão de pilotar terminou em outubro de 2023. Cassiano precisou fazer cursos e pedir uma nova licença. Ele segue sem autorização para fazer voos remunerados (táxi-aéreo).

Nesta terça-feira (2), quinze tripulantes especializados da FAB (Força Aérea Brasileira) fizeram buscas pelo helicóptero que desapareceu dos radares no domingo. Eles usaram um avião SC-105 Amazonas, que possui um radar capaz de realizar buscas sobre terra ou mar, com alcance de até 360 quilômetros.

Comentários

Comentários