VIOLÊNCIA

Caso Fox: 'ex' diz que sofreu ameaça de morte após separação do tutor do bull terrier

Por Xandu Alves | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Tutor do bull terrier e um amigo com o cachorro em rua de São José
Tutor do bull terrier e um amigo com o cachorro em rua de São José

Uma ex-namorada de Umberto Vieira Ghilarducci, 43 anos, tutor do bull terrier que atacou o spitz alemão Fox, que morreu em 25 de outubro, registrou um boletim de ocorrência contra ele, no ano passado, afirmando ter sido ameaçada de morte por ele por causa do fim do relacionamento.

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O caso foi citado pela Justiça ao negar o pedido de revogação da prisão preventiva decretada contra Umberto pela morte do Fox. Ele é apontado como responsável pelo ataque por ser uma pessoa agressiva.

A ex-namorada relatou à polícia que viveu com Umberto por sete anos e meio, em união estável, sem ter filhos.

O relacionamento entre ambos era “harmonioso” até 2017, quando, segundo a denunciante, Umberto perdeu o emprego e começou a fazer uso de drogas.

“O autor desenvolveu depressão e passou a fazer uso de entorpecente maconha, cocaína e crack dentro de um quarto que ficava na casa em que a vítima residia. O autor ficava a noite inteira falando sozinho e chorando”, diz trecho do despacho judicial que negou o pedido da defesa de Umberto.

Com isso, o comportamento de Umberto foi se tornando cada vez mais agressivo. Ele não deixava a mulher ter contato com familiares, criticava as roupas que ela usava, a ofendia moralmente e a ameaçava de morte, dizendo que “se ela não fosse dele não seria de mais ninguém e que se ela o traísse iria matá-la”.

A ex-namorada relatou que essa situação de agressões e violência durou cinco anos, período em que ela passou a ter picos de pressão alta.

SEPARAÇÃO

Em julho de 2022, a mulher pediu a separação e saiu da casa de Umberto após uma briga em que ela diz ter sido ameaçada com uma faca por ele, que também teria danificado seu celular e sacado R$ 3.200 de um cartão de débito dela.

“O autor até hoje a procura, mandando mensagens, falando que sabe onde a vítima trabalha e vai atrás dela. O autor fala que ‘você está devendo dinheiro e que se ela não pagar, vai se pior pra você ‘”, diz outro trecho da decisão judicial.

Umberto segue foragido e tenta convencer a Justiça, por meio do seu advogado, de que não teve responsabilidade no ataque do bull ao Fox, que teria sido um acidente.

No entanto, a Justiça citou depoimentos das tutoras do Fox e de vizinhos de que Umberto “constantemente andava com o seu cão sem a focinheira e o instigava a atacar pessoas e animais”.

O CASO

Umberto teve a prisão preventiva decretada pela Justiça em 27 de outubro. Ele segue foragido. O bull terrier também não foi localizado. A defesa de Umberto entrou com um habeas corpus para revogar a prisão preventiva, mas a liminar foi negada pelo TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo em 10 de novembro.

O pedido de habeas corpus ainda será analisado em seu mérito pela 8ª Câmara de Direito Criminal do TJ, em data ainda não marcada.

Após o ataque do bull terrier em 9 de outubro, no Jardim América, na região sul de São José dos Campos, Fox morreu há um mês após duas semanas lutando pela vida em hospitais veterinários.

Umberto nega que tenha tido responsabilidade pelo ataque do seu cachorro. Ele sustenta que se tratou de um acidente. As tutoras do Fox acusam Umberto de atiçar o cachorro contra Fox e de ameaçar a família.

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