Duas mulheres grávidas e vários pais e mães de família estão entre os trabalhadores da fábrica da General Motors, em São José dos Campos, que receberam telegrama com comunicado de demissão neste sábado (21).

Eles foram convocados a se apresentar na fábrica na próxima segunda-feira (23).

A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de trabalhadores que comentaram o assunto nas redes sociais da entidade, nas postagens sobre a demissão em massa.

Em contato com alguns deles, OVALE confirmou a informação. Os trabalhadores disseram que a categoria está “extremamente preocupada” com a possibilidade de uma demissão em massa na fábrica.

“Covardemente a GM faz demissão de mulher grávida, mães e pais de família em pleno acordo de estabilidade. Como fica o acordo coletivo, não vale mais nada?”, questionou um trabalhador da empresa, que preferiu não se identificar. Outro funcionário disse que a montadora “foi traiçoeira”.

LAYOFF

Os trabalhadores cobram compromisso da GM com o acordo de estabilidade feito com o sindicato. Em 27 de junho deste ano, trabalhadores da montadora aprovaram a proposta de acordo para implantação de uma suspensão temporária de contratos (layoff) na fábrica de São José.

O layoff começou em julho e segue até o 3 de maio de 2024, com duração de até dez meses. A medida atingiu 1.200 trabalhadores.

O sindicato informou que, durante a vigência do layoff, a fábrica não poderia fazer demissões sem antes negociar com a entidade.

A GM emprega cerca de 4.000 pessoas em São José e produz a picape S10 e o utilitário esportivo Trailblazer.

OUTRO LADO

Procurada, a GM confirmou as demissões e disse que foram motivadas por queda nas vendas e nas exportações, mas não informou o número de pessoas que serão desligadas.

"A queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes”, informou a GM.

“Esta medida foi tomada após várias tentativas atendendo as necessidades de cada fábrica como, lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário. Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro."

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