"Por favor, eu tô fugindo, tô fugindo, me ajuda pelo amor de Deus". Um áudio de nove segundos enviado via WhatsApp é uma peça importante na investigação sobre a morte do professor Marcelo Pardini, 40 anos, encontrado morto nesta quinta-feira (14) no Jardim Aquárius, em São José dos Campos, após oito dias de desaparecimento. A mensagem foi enviada por Marcelo, com a voz ofegante, a um familiar no dia 6 de setembro. É o último registro dele com vida. O áudio foi obtido por OVALE e confirmado pela polícia.
Antes de tirar a própria vida, o professor teria sido colocado em um carro por homens que estavam cobrando uma dívida relacionada a apostas, de acordo com pistas da investigação da Polícia Civil. O áudio teria sido enviado momentos depois de Marcelo ter conseguido se desvencilhar dos cobradores, como um pedido de ajuda a um primo. A polícia acredita que a vítima, que tinha vício em jogos, tenha se desesperado e cometido suicídio.
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Como revelou OVALE, no dia do desaparecimento, Marcelo parecia em uma busca desesperada por dinheiro. Naquela manhã, de acordo com o boletim de ocorrência registrado pela irmã, o professor teria forçado a mãe a assinar um documento que transferia para ele o carro dela, saindo de casa logo em seguida. Mais tarde, ele enviou uma mensagem via WhatsApp para a irmã, pedindo R$ 500. Por volta das 18h15, o primo recebeu uma chamada, informando que Marcelo havia sido sequestrado e estava sob ameaça, com resgate estipulado em R$ 1.300.
De acordo com a família, Marcelo teria dívidas por conta do 'vício' em jogos, de acordo com a família. À reportagem, a irmã do professor, Daniela Pardini, disse que pessoas que teriam emprestado dinheiro para que ele fizesse apostas em jogos já entraram em contato com a família – alguns deles usando tom ameaçador. “Eu e a minha família temos recebido cobranças em tom de ameaça”, disse a irmã à reportagem.
MORTE.
O corpo de Marcelo foi encontrado na manhã desta quinta-feira (14) nas proximidades do córrego Senhorinha, em uma área próxima à rotatória da avenida Comendador Vicente Penido, perto de onde o professor morava. Os documentos de Pardini foram encontrados na vestes da vítima e a família, posteriormente, reconheceu o corpo.
O desaparecimento do professor, pai de um menino de 11 anos e também escrivão concursado da Polícia Civil, é uma história com desfecho trágico que envolve dívida de jogo, ameaças telefônicas, pedido de resgate e apreensão. O corpo foi enterrado na manhã desta sexta-feira. A Polícia Civil aguarda o laudo necroscópico e a perícia do local em que o professor foi encontrado.
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