Com o tamanho de uma garagem, as casas embriões de Campinas têm, em média, menos espaço per capita do que tinha o líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013) – que dá nome à ocupação – na cela que ficou preso por 18 anos.

Nos 27 anos que passou na prisão, Mandela cumpriu 18 numa cela de 5 m². O cubículo do ex-presidente da África do Sul tinha mais espaço individual do que terão as famílias da Ocupação Mandela no novo loteamento feito pela Prefeitura de Campinas.

As 116 casas de 15 m² abrigarão 450 pessoas, média de 3,8 moradores por imóvel – há famílias com até sete pessoas. Descontando o banheiro e a área de serviço, sobram 13 m² para ao menos três moradores, o que dá 4,3 m² para cada um num único cômodo, que terá que servir de quarto, sala e cozinha.

Além disso, a própria casa que a prefeitura vislumbra para o futuro dos beneficiários do Mandela, após a ampliação, tem a garagem do mesmo tamanho da moradia oferecida agora. Mas, ao invés de um carro, a cada terá que abrigar famílias de até sete componentes.

A comparação pode ser observada na planta fornecida pela Secretaria de Habitação de Campinas com a futura atualização do imóvel de 15 m², que pode chegar a 54,70 m². O aumento terá que ser custeado pelos moradores, que pagarão R$ 22 mil pela casa 15 m², em até 300 parcelas.

As casas embriões são ainda cerca de cinco vezes menores do que o gabinete que Dário Saadi (Republicanos) ocupa na Prefeitura de Campinas. O amplo espaço foi medido de forma virtual por arquitetos consultados por OVALE, a partir de fotos.

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