Ativistas vão realizar um movimento neste sábado (4) para protestar conra o projeto da empresa Natural Energia de instalar uma termelétrica na cidade de Caçapava.

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A mobilização faz parte da campanha global Greve pelo Clima (Fridays for Future), que reúne jovens ativistas em diversos países desde 2018. A partir desta sexta-feira (3), jovens estarão se reunindo em suas cidades pelo mundo para lutar pelo fim do financiamento de combustíveis fósseis.

Durante a manifestação em Caçapava, serão apresentadas reivindicações por parte de ativistas, pesquisadores e moradores de todo o Vale do Paraíba expondo os motivos pelos quais não acreditam que a termelétrica é uma boa opção energérica para a região.

ANDAMENTO.
O projeto ainda está na fase inicial e a empresa segue com os trâmites, estudos, aprovações, nos órgãos estaduais e federais. Um terreno já foi reservado para a possível instalação da termelétrica. Em novembro do ano passado, uma audiência foi realizada na Câmara dos Deputados em Brasília.

Classificando-se como a maior termelétrica em potência do Brasil, o projeto pretende se instalar em uma área de 15 mil hectares, e por dia, queimar um volume em torno de 6 milhões de m³ de gás e mais de 2.400 m³ de água, retirada da mesma fonte de abastecimento hídrico da população. A Lei Orgânica de Caçapava atual exige que na instalação de termelétrica na cidade seja feita plebiscito e projeto junto à Câmara Municipal, o que ainda não foi feito.

IMPACTO.
“A cada dia a ciência descobre efeitos danosos da atividade de termelétricas, principalmente de atividades que poluem o ar. Quando a gente respira isso, ele praticamente vai deteriorando mucosa, e aí a gente tem todos os problemas associados à saúde pela questão respiratória e cardíaca”, explica o professor Wilson Cabral, do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

A professora Dra. Luciana Gatti, pesquisadora titular do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), graduada em Química e doutora em Ciência, afirma que a geração de energia por termelétricas não é eficiente.

"Vamos trocar uma matriz energética limpa por uma suja. Enquanto todos os países tentam encontrar alternativas naturais de geração de energia, estamos indo na contramão. Vamos pagar um ônus sem ter o bônus: a energia é muito mais cara e mais poluente", explica a doutora.