PROCURA-SE

Jovem desaparecido em São José se hospedou em hotel da região central, dizem testemunhas

Família de Décio de Castro conversou com motorista de aplicativo que alega ter dado carona ao jovem no dia em que ele desapareceu. Relato de amiga complementa a versão

Por Patrick C. Santos | 07/02/2023 | Tempo de leitura: 4 min
São José dos Campos

Arquivo pessoal

Décio de Castro Santos Júnior está desaparecido desde o dia 18 de janeiro
Décio de Castro Santos Júnior está desaparecido desde o dia 18 de janeiro

Dados repassados à família de Décio de Castro Santos Júnior, de 23 anos, desaparecido há 20 dias em São José dos Campos, ilustram um possível trajeto realizado pelo jovem no dia em que ele saiu de casa e não foi mais visto. As informações partem de uma motorista do aplicativo que alega ter dado carona para Décio no dia 18 de janeiro, quando ele sumiu. O caso é investigado pela Deic (Delegacia de Investigações Criminais).

A mulher informa ter levado o jovem até um hotel da Vila Piratininga, na zona central de São José. Relatos de uma amiga de Décio puderam dar embasamento à versão, pois a amiga foi chamada pelo desaparecido para beber com ele em um hotel no dia em questão, mas não pôde ir por conta de uma viagem que faria no dia seguinte.

Leia também - Celular de Décio é rastreado no centro de SP; suspeita é de que esteja na Cracolândia

Segundo a condutora, cuja identidade será preservada nesta reportagem, um chamado de corrida foi feito em área próxima ao supermercado 'Compre Bem', na avenida Nelson d'Ávila, na região central de São José, durante a tarde do dia 18 de janeiro.

O pedido partia de Décio de Castro. Ele e a motorista estavam em locais próximos. No supermercado, o jovem pediu para que a mulher esperasse alguns minutos, pois ele retiraria alguns produtos previamente comprados no estabelecimento. O Compre Bem opera com serviços de entrega e também de retirada na unidade.

Dentro do automóvel, a dupla fez uma primeira parada em um bar da Vila Nair, na zona sul da cidade. Supostamente, Décio comprou algumas bebidas alcoólicas no local.

Em seguida, a última parada se deu em frente a um hotel da Vila Piratininga. O imóvel fica localizado a poucos metros do Terminal Rodoviário Frederico Ozanam.

Neste meio tempo, durante os trajetos, a motorista informou que Décio a contou sobre como estava triste e descontava as mágoas na bebida. Ele também falou sobre como estava tentando passar no curso de Medicina.

Parentes e amigos de Décio confirmam a história. Ele estava fazendo 'cursinho' para passar no vestibular de Medicina, inteirava a renda da casa ao trabalhar informalmente na venda de apostilas didáticas para vestibulandos e repassava os ensinamentos obtidos no cursinho para outros colegas.

No hotel, Décio entrou em contato com uma amiga e a chamou para beber em um hotel, mas ela não pôde ir, pois faria uma viagem internacional na manhã seguinte. Até o momento, não se sabe se o estudante estava acompanhado no alojamento e a data exata de quando ele deixou o local.

A Polícia Civil apura o caso de desaparecimento e foi recém informada sobre os dados passados pela motorista de aplicativo. Por enquanto, não há outras novidades ligadas à investigação.

O CASO.
Décio de Castro Santos Júnior, 23, desapareceu no último dia 18 de janeiro na zona sul de São José dos Campos. Ele e a mãe moravam sozinhos. A genitora saiu para trabalhar e o jovem, muito apegado a ela, a ligou por diversas vezes para conversar.

Quando chegou em casa, já no período da noite, Sueli Leme não encontrou o filho na residência. O jovem sumiu apenas com a roupa do corpo e o celular. Ele fez uma transferência monetária para um app de banco antes de sair.

Entenda - Jovem desaparecido em S. José faz tratamento contra depressão e sumiu sem levar remédios

Sueli realizou buscas por adegas próximas, mas não encontrou Décio. Como era de costume que ele saísse com frequência, a mulher não estranhou tanto a situação.

Por volta de 1h de 19 de janeiro, ele ligou para a mãe, mas ela não atendeu. Sueli olhou o celular apenas às 3h, mas não obteve retorno ao tentar contato.

O último rastro deixado pelo desaparecido, um status no aplicativo WhatsApp, indicava que ele poderia ter se dirigido para Ubatuba, por mais que não tivesse conhecidos na cidade do Litoral Norte. Desde então, o paradeiro do jovem segue um completo mistério. Alguns boatos foram recebidos e apurados por parentes e amigos.

Uma irmã de Décio, que mora em Caraguatatuba, fez buscas por Ubatuba, mas não encontrou pistas. Relatos também contavam que o desaparecido poderia ter sido visto na Estação Ferroviária de Jacareí e também em Taubaté. A Polícia Civil segue investigando o caso.

A mesma irmã informa que Décio luta contra a depressão há, pelo menos, três anos. Neste meio tempo, ele já tentou suicídio por algumas vezes.

Semanalmente, o jovem recebia tratamento psicológico em uma unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de São José.

Leia mais - Suicídio faz uma vítima a cada 3 dias no Vale; veja como pedir ajuda

Leia mais - Saúde mental: o passo a passo para atendimento psicológico na rede pública de São José

Combate ao Suicídio: O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.

Receba as notícias mais relevantes de Vale Do Paraíba e região direto no seu WhatsApp
Participe da Comunidade

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.