QUEM VAI VENCER?

Netflix e Paramount travam duelo pela Warner; ENTENDA a disputa

Por Da redação |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

A disputa pela Warner Bros. Discovery transformou-se no novo épico corporativo de Hollywood. Netflix e Paramount medem forças por um dos catálogos mais valiosos do entretenimento mundial — e o resultado pode redefinir o futuro do streaming, dos preços de assinatura e até do próprio cinema.

VEJA MAIS:


  • Clique aqui e receba, gratuitamente, as principais notícias da cidade, no seu WhatsApp, em tempo real. 

Pressão política e incertezas regulatórias

Apesar do entusiasmo do mercado, a negociação está longe do fim. Reguladores dos Estados Unidos e da Europa já sinalizam preocupação com o impacto de uma possível fusão sobre a concorrência. Legisladores americanos, inclusive de partidos opostos, criticam a proposta da Netflix, afirmando que o acordo poderia reduzir opções e encarecer serviços.

Outro elemento embaralha ainda mais a equação: a postura do presidente Donald Trump. Intervenções recentes do governo em fusões de mídia levantam dúvidas sobre como a Casa Branca irá se posicionar. Trump já demonstrou desconforto com a dimensão que a Netflix alcançaria e exigiu que a CNN — que não está no pacote — seja vendida em qualquer rearranjo, o que adiciona imprevisibilidade ao processo.

Paramount busca reviravolta com oferta agressiva

Enquanto a Warner prepara o desmembramento de divisões como CNN, Discovery e Eurosport, a Paramount Skydance tenta avançar com uma oferta hostil. A investida, que ignora a administração da empresa-alvo e busca convencer diretamente os acionistas, se apresenta como uma alternativa menos concentrada. Analistas apontam que, se for adiante, exigirá uma análise rigorosa do impacto no mercado publicitário e nas redes esportivas e infantis.

A força crescente da Netflix sob escrutínio

A Netflix já domina o streaming global com mais de 300 milhões de assinantes, cifra que pode saltar ao incorporar parte dos 128 milhões de usuários da HBO Max. A gigante também se consolidou como maior produtora de conteúdo original da Califórnia.
Com a Warner, somaria um acervo centenário — de clássicos como Casablanca e O Exorcista a franquias bilionárias como Harry Potter, Looney Tunes, Friends, DC e sucessos recentes como Succession e Game of Thrones.

Especialistas afirmam que essa união poderia tornar a empresa “virtualmente inalcançável” para o restante do mercado. Já se a Paramount vencer, incorpora parte dessa base à sua atual carteira de 79 milhões de assinantes, reforçando sua presença no setor.

Efeitos para quem paga a conta

Como a Netflix pretende integrar a marca HBO e o estúdio ainda é um mistério. Executivos sugerem que o nome HBO continuará existindo, mas evitam detalhar estratégias. O impacto nos preços é igualmente nebuloso: concentração pode abrir espaço para aumentos, enquanto pacotes combinados podem reduzir o número de assinaturas necessárias.

No Brasil, o cenário atual evidencia as diferenças:

  • Netflix: de R$ 20,90 (plano com anúncios) a R$ 59,90 (premium).
  • HBO Max: entre R$ 29,90 e R$ 55,90.
  • Paramount+: de R$ 18,90 a R$ 34,90.

Hollywood teme o adeus à velha era

Para muitos profissionais da indústria, a venda da Warner simboliza o declínio definitivo do modelo tradicional de cinema e TV. A transformação acelerada pelo streaming abalou estúdios, reduziu postos de trabalho e intensificou o uso de tecnologia e inteligência artificial na produção.

Mesmo prometendo manter estreias nas salas de cinema — especialmente as da lucrativa franquia DC — a Netflix já afirmou que considera as exibições em salas um “conceito ultrapassado”. O diretor James Cameron classificou o acordo como um possível “desastre” para Hollywood, refletindo o temor generalizado de que o setor se torne refém de poucas plataformas.

Comentários

Comentários