Quando se fala em exportações de Franca, a primeira imagem que vem à cabeça costuma ser de produtos ligados ao setor calçadista - um dos principais motores econômicos da cidade - ou o café, que lidera as vendas francanas ao exterior. Mas os dados mais recentes do Comex Stat, plataforma oficial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revelam uma lista de produtos pouco óbvios que vão para fora e movimentam milhões de dólares.
Entre os destaques, estão materiais para bijuterias, que somaram US$ 633 mil em exportações. O valor representa um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, um salto absoluto de US$ 47 mil. Embora a participação de mercado seja considerada baixa, abaixo de 0,1%, a cifra chama atenção pelo volume movimentado — especialmente se comparada a setores mais tradicionais.
Outro dado curioso vem das canetas esferográficas e canetas com ponta de feltro, responsáveis por US$ 16,7 mil em importações no período analisado. O aumento foi de 14,4%, o que equivale a mais US$ 2,1 mil em relação ao ano anterior. A participação de mercado é pequena, de 0,1%, mas o número ilustra como produtos de uso cotidiano também fazem parte da balança comercial local.
As peças de vestuário, por sua vez, aparecem como um dos segmentos que mais cresceram proporcionalmente. Os chamados “fatos de saia-casaco, conjuntos e casacos” tiveram aumento de 116,7% nas importações, passando a movimentar US$ 30,8 mil. A variação absoluta foi de US$ 16,6 mil, reforçando que, embora ainda tímido, esse nicho vem ganhando espaço.
Nem todos os setores, no entanto, seguiram essa tendência de alta. A exportação de agentes de apresto ou acabamento, aceleradores de tingimento — produtos usados principalmente na indústria têxtil — caiu 6,6%, totalizando US$ 45,8 mil. A retração foi de US$ 3,2 mil. Ainda assim, esse segmento tem peso maior que os anteriores, com 0,2% de participação no mercado exportadorlocal.
Talvez o dado mais surpreendente seja o das tintas para escrever, desenhar ou pintar. Embora o valor pareça modesto — US$ 22,6 mil —, a variação foi espantosa: 4.185,2%, um salto de US$ 22,1 mil em relação ao ano passado. O crescimento chama atenção e reforça como setores criativos e educacionais também podem ter impacto significativo na economia da cidade.
Esses números, que à primeira vista parecem pequenos perto das cifras milionárias movimentadas pelo couro e calçados, ajudam a desenhar um retrato mais diverso da economia francana. Eles revelam que, além das grandes exportações, há uma engrenagem mais silenciosa — feita de produtos inusitados — que também participa da movimentação econômica local.
Com um mercado cada vez mais interligado globalmente, Franca mostra que sua economia vai além do calçado. E, muitas vezes, são justamente os produtos menos óbvios que contam as histórias mais curiosas sobre como a cidade se conecta com o mundo.
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Comentários
1 Comentários
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Pacato Cidadão 22/10/2025Faltou citar que exportamos motoristas para a India.