EXPORTAÇÕES

Franca resiste ao tarifaço dos EUA e mantém superávit em setembro

Por Leonardo de Oliveira | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Gustavo Facanalli/Embrapa
Café é o principal produto exportado por Franca
Café é o principal produto exportado por Franca

Franca encerrou setembro de 2025 com US$ 22,8 milhões em exportações, praticamente no patamar do mesmo mês de 2024 (US$ 22,8 milhões) e mantendo um superávit de US$ 18,6 milhões na balança comercial. A estabilidade ocorre em meio ao início dos impactos do tarifaço dos Estados Unidos, que entrou em vigor no dia 6 de agosto, impondo 50% de taxas sobre produtos importados do Brasil - entre eles, calçados, couro e itens agrícolas, setores estratégicos para a economia francana.

O tarifaço de Trump

A sobretaxa de 40% - totalizando 50% - sobre os produtos brasileiros foi anunciada pelo presidente Donald Trump como parte de uma política de proteção à indústria norte-americana. Mas no casos do Brasil, o governo americano deixou claro que a medida tem caráter político, na tentativa de livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro da Justiça.

A taxação elevou os custos de entrada no mercado dos EUA, que são o segundo principal destino das exportações de Franca, representando 18,9% dos embarques. Embora o efeito pleno da medida ainda não apareça totalmente nos números, agosto e setembro já indicam uma desaceleração no ritmo das vendas.

Em julho, por exemplo, as exportações foram de US$ 18,4 milhões, mas em agosto - primeiro mês afetado pelo tarifaço - houve um leve crescimento para US$ 18,5 milhões, porém abaixo dos US$ 18,8 milhões registrados no mesmo mês de 2024. Em setembro, a performance se manteve estável, o que sinaliza que parte dos exportadores está conseguindo contornar os efeitos iniciais da medida.

Europa amplia participação

Para compensar os impactos das tarifas, os exportadores francanos têm ampliado negócios com outros mercados, sobretudo a Europa, que se tornou o principal destino dos produtos da cidade. A Itália lidera com 20,3% das exportações, seguida pelos Estados Unidos (18,9%), Canadá (9,4%), Argentina (6,5%) e China (4,2%).

Ao todo, o continente europeu responde por mais de 30% das vendas externas de Franca, ajudando a reduzir a dependência do mercado norte-americano.

Café e calçados seguem dominando

O café continua sendo o produto mais exportado, representando 51,8% de tudo que Franca embarcou em setembro. Os calçados de couro aparecem em segundo lugar, com 21,9%, seguidos por produtos químicos e peptonas (9,9%). Os itens ligados ao couro e derivados também mantêm presença significativa, reforçando a vocação exportadora da cidade.

Superávit mantido e cenário de atenção

Mesmo com as incertezas provocadas pelo tarifaço, Franca manteve um superávit comercial expressivo: foram US$ 22,9 milhões exportados contra US$ 4,3 milhões importados em setembro. No ranking estadual, o município ocupa a 60ª posição em exportações e 254ª no ranking nacional, com participação de 0,3% nas exportações paulistas e 0,08% nas brasileiras.

O acumulado de janeiro a setembro de 2025, no entanto, mostra uma queda no volume total exportado, passando de US$ 237 milhões em 2024 para US$ 192 milhões em 2025, uma redução de cerca de 19%.

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Comentários

1 Comentários

  • Belchior De Melo Santos 18/10/2025
    Ótima notícia! Tapa na cara dos \"traidores Judas!