ATAQUE NO PANTANAL

Veja: para onde será levada a onça que atacou o caseiro

Por Da redação |
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Saul Schramm/Agência de Notícias do MS
Onça-pintada macho de aproximadamente nove anos e 94 quilos
Onça-pintada macho de aproximadamente nove anos e 94 quilos

A onça-pintada macho de aproximadamente nove anos e 94 quilos, resgatada após atacar e matar um caseiro no Mato Grosso do Sul, não retornará ao seu habitat natural. A decisão foi anunciada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que determinou que o animal permanecerá sob cuidados em cativeiro.

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O felino será transferido para uma instituição de fauna adequada e integrado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio. A decisão leva em consideração o delicado estado de saúde do animal.

Um boletim médico divulgado nesta sexta-feira (25) revelou que a onça está severamente desidratada e apresenta alterações significativas nas funções hepáticas, renais e gastrointestinais. Os veterinários aguardam os resultados de exames complementares, como raio-X, ultrassom e hemograma, para obter um diagnóstico completo de sua condição. O animal também foi classificado como estando "bem abaixo do peso" e em situação "combalida". Apesar disso, após se recuperar da anestesia, a onça demonstrou estar consciente, sem vômitos ou regurgitação, e com comportamento considerado "dentro da normalidade".

Para garantir o manejo adequado e a segurança da população, o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande, onde a onça está sendo mantida em um ambiente com grades, foi isolado. O acesso de pessoas não autorizadas foi proibido por determinação da Polícia Militar Ambiental.

O biólogo Tiago Leite explicou que a extrema magreza do animal pode ter sido um fator determinante para o ataque ao caseiro.

Segundo ele, "um animal magro pode já ser mais idoso ou está passando por algum tipo de problema e, portanto, pode estar tendo dificuldade de capturar suas presas habituais no ambiente natural. Isso pode ter levado ele a buscar fontes de recurso mais fácil, como a presa humana". O biólogo ressaltou que "ataques predatórios como esses são muito raros".

Ele também alertou que, "em áreas naturais sujeitas a impactos ambientes, há uma tendência de que animais passem a buscar tipos de presas não habituais, como animais domésticos e, raramente, humanos".

Leite concluiu que "infelizmente, esse tipo de evento acaba ganhando grande repercussão por ser um evento traumático que causa um certo terror, e isso acaba gerando muita especulação e uma série de problemas". Ele alertou ainda que, "após eventos como esses, a população pode buscar 'fazer justiça com as próprias mãos'".

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