O acidente vascular cerebral (AVC) permanece entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Apenas no ano passado, mais de 85 mil brasileiros perderam a vida em decorrência da doença, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). No cenário global, o levantamento do Global Burden of Diseases (GBD) reforça a gravidade: o AVC figura como a segunda principal causa de óbitos.
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Em meio a esse panorama, especialistas chamam atenção para um comportamento que multiplica o risco do problema: fumar. Para o neurocirurgião vascular Victor Hugo Espíndola Ala, o tabagismo ocupa o topo da lista dos hábitos que favorecem o surgimento tanto do AVC isquêmico quanto de outras doenças cerebrovasculares.
De acordo com o médico, o cigarro provoca inflamação persistente nos vasos sanguíneos, afetando o revestimento interno das artérias e interferindo na qualidade do fluxo sanguíneo. Esse processo deixa o sangue mais espesso e propenso à formação de coágulos — exatamente o mecanismo que pode bloquear a irrigação cerebral e desencadear o AVC.
O especialista também destaca que as substâncias tóxicas presentes no tabaco aceleram o enrijecimento das artérias, um fenômeno natural do envelhecimento que se manifesta precocemente em quem fuma. Isso significa que, mesmo em pequenas quantidades, o cigarro causa impacto direto na saúde vascular. “O risco não está apenas na intensidade, mas na repetição constante da agressão ao organismo”, explica.
Apesar do alerta, há um ponto positivo: os efeitos de abandonar o cigarro aparecem rapidamente. Segundo Espíndola Ala, a interrupção do hábito permite que os vasos sanguíneos comecem a se recuperar quase de imediato. Quanto mais cedo a pessoa deixa de fumar, maior é a capacidade de o corpo reverter parte dos danos acumulados.
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