IRREGULARIDADES

Anvisa proíbe suplemento de vitamina D e ômega 3; saiba quais

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 4 min
Foto: Reprodução/Freepik
Oito lotes do produto são afetados e a venda é suspensa pelo órgão
Oito lotes do produto são afetados e a venda é suspensa pelo órgão

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, na última terça-feira (23), a suspensão imediata da comercialização, distribuição e uso de diversos lotes do suplemento D-Ômega. O motivo da medida foi a declaração incorreta do prazo de validade nos rótulos, um erro notado e comunicado à Anvisa pelo próprio fabricante, que já iniciou o recolhimento voluntário dos produtos.

Os lotes afetados pela suspensão são: 706200124, 706200225, 706200325, 706200425, 706200525, 706800125, 706800225 e 706800325.

VEJA MAIS:

De acordo com a Anvisa, o erro no prazo de validade compromete significativamente a segurança do uso do suplemento. A ingestão de produtos vencidos ou com validade duvidosa pode ter sérias consequências para a saúde, especialmente no caso de produtos com ácidos graxos, como o ômega 3. A agência explica que, dependendo do tempo e das condições de armazenamento, a oxidação desses compostos pode gerar substâncias tóxicas.

A vitamina D, outro componente do D-Ômega, também perde estabilidade com o tempo, o que reduz a eficácia do produto e pode prejudicar pessoas com deficiência nutricional. Ou seja, o erro no prazo de validade impacta tanto a segurança quanto o benefício nutricional esperado do suplemento.


A suspensão dos lotes do D-Ômega se insere em um contexto de maior fiscalização da Anvisa sobre alimentos e suplementos em 2025. A agência tem intensificado suas ações, e até o momento, já puniu mais de 100 marcas, resultando na retirada de diversos produtos do mercado por problemas de qualidade e riscos sanitários.

Entre os casos mais graves identificados estão suplementos com presença de microrganismos nocivos e produção sem controle sanitário adequado. A falta de transparência na origem e no processo de fabricação tem sido um dos principais focos da agência reguladora.

A lista de suspensões da Anvisa este ano é vasta e inclui itens populares como azeites, cafés e temperos. Em muitos desses casos, os problemas envolveram adulterações, como a mistura com substâncias não declaradas ou a diluição com produtos de qualidade inferior.

Aumento no mercado

O mercado de suplementos no Brasil tem experimentado um crescimento significativo nos últimos anos, movimentando mais de R$ 6 bilhões anualmente. Produtos como vitamina D, ômega 3 e colágeno se destacam nesse cenário.

Essa expansão, contudo, também levou à entrada de novas empresas, nem sempre com a estrutura adequada para a produção, o que dificulta a padronização entre as marcas e, consequentemente, torna a fiscalização mais complexa. Por essa razão, a Anvisa reforça seu compromisso em manter o foco no controle e na rastreabilidade desses produtos.

A agência também aconselha o consumidor a desconfiar de promessas exageradas. Produtos que alegam curas, emagrecimento instantâneo ou reforço imediato da imunidade sem comprovação científica não seguem os critérios regulatórios da Anvisa e devem ser vistos com cautela.

Lista de proibições da Anvisa em 2025

  • 100% Full Whey (Fullife Nutrition) – Lote 2408J5: Presença de glúten não declarado.
  • Whey Protein Piracanjuba (sabor chocolate) – Lote 23224: Contaminação por Staphylococcus aureus.
  • Toda a linha Power Green: Presença de ingredientes proibidos e alegações terapêuticas irregulares.
  • Todos os suplementos com ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata): Planta não autorizada em formato de suplementos.
  • Produtos da linha Mushdrops (Mush Mush Club) – Cogumelos: Turkey Tail, Chaga, Juba de Leão, Reishi e Cordyceps: Ausência de registro de autorização sanitária.
  • Canela-da-China em pó (Kinino) – Lote 371LAG2419: Presença de amido e materiais estranhos não declarados.
  • Polpa de morango (De Marchi) – Lote 09437-181: Presença de matérias estranhas não identificadas.
  • Champignon inteiro em conserva (Imperador) – Lote 241023CHI: Excesso de dióxido de enxofre (conservante).
  • Molho de alho (Qualitá) – Lote 29: Presença indevida de dióxido de enxofre (conservante).
  • Sorvetes da marca AICE (Milk Melon, Juju Apple, Frutyroll, Nanas e Berry Chocomax): Ausência de declaração de alérgenos e corantes.
  • Pós para bebida sabor café (cafés "fake") – Master Blends, Melissa e Pingo Preto: Contaminação com ocratoxina A e rotulagem fraudulenta.
  • Azeites "fake" – Serrano, Málaga, Campo Ourique, La Ventosa, Santorini, Vale dos Vinhedos, Quintas d’Oliveira, Alonso, Escarpas das Oliveiras, Almazara: Origem desconhecida, CNPJ irregular ou análises insatisfatórias.
  • Suplemento alimentar líquido Abstiny: Produto de origem desconhecida.
  • Suplementos da empresa Cibos Suplementos: Irregularidades na fabricação.
  • Suplementos e energético da Ozotonek: Falta de comprovação de eficácia e segurança.
  • Linha de suplementos da Status Verde (7 Magnésios, Amora Miura, Amora Miura com Isoflavona, Chlorella, Maracujá, Maracujá com Camomila e Semente de Abóbora): Alegações terapêuticas e funcionais não aprovadas e enganosas.
  • Vitamina A, C, D, E em cápsulas da Alemed Nutracêutica: Irregularidades na produção.
  • Suplementos contendo piperina e pimenta negra: Ingredientes não autorizados em suplementos alimentares no Brasil.
  • Suplementos das marcas KN Nutrition, Lander Fit, Life Extension, Natrol, Now, Puritan’s Pride: Irregularidades na fabricação e ausência de registro.
  • Suplementos falsificados da marca Bionutri (Coenzima Q10 + L-Triptofano, Magnésio Dimalato Natural, Magnésio L-Treonato Puro, Magnésio Quelato, Ora Pro-Nóbis e Vitamina D3 10.000 UI): Falsificação frequente de lotes.

Fale com o Folha da Região!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários