O Brasil acordou com uma surpresa neste sábado. Morreu, aos 85 anos, em Goiânia, o cantor Lindomar Castilho, dono do clássico “Você é doida demais” e um dos maiores nomes da música popular romântica do país. A morte foi confirmada pela família, mas a causa não foi divulgada. O velório acontece nesta tarde, no Cemitério Santana.
LEIA MAIS
- Donos de buffet que deu calote em festas e fez noivas chorarem, somem da região
- Briga entre vizinhos termina com facada, morte, sangue e desespero
Lindomar ficou conhecido como o Rei do Bolero, título conquistado com músicas sofridas, cheias de paixão, ciúme e exagero — do jeito que o povo gosta. Nos anos 1970, ele virou febre nas rádios, vendeu milhões de discos e lotou shows por todo o Brasil. Um de seus maiores sucessos, “Eu vou rifar meu coração”, bateu a marca de meio milhão de cópias vendidas.
A canção “Você é doida demais” atravessou gerações e voltou a fazer sucesso anos depois, como tema de abertura do seriado Os Normais, mostrando que o som de Lindomar nunca saiu do coração do povo.
Mas a história do cantor também ficou marcada por um dos crimes mais chocantes do país. Em um episódio que parou o Brasil, a cantora Eliane de Grammont, ex-esposa de Lindomar, foi assassinada a tiros em pleno palco, durante uma apresentação em São Paulo. O crime chocou o país e virou símbolo da luta contra a violência doméstica, dando força ao grito que ecoa até hoje: “Quem ama não mata”.
Lindomar foi preso, condenado a 12 anos e cumpriu parte da pena em regime fechado. Anos depois, deixou a prisão e passou a viver de forma discreta, longe dos holofotes.
Nos últimos tempos, o cantor enfrentava sérios problemas de saúde. Diagnosticado com Parkinson, vivia recluso em Goiânia há cerca de dez anos. A confirmação da morte foi feita pela filha, Lili De Grammont, que publicou uma mensagem de despedida nas redes sociais, falando de dor, humanidade e aprendizado.
Lindomar Castilho se despede deixando um legado dividido entre o romantismo que embalou gerações e uma tragédia que mudou para sempre o debate sobre violência contra a mulher no Brasil. Uma vida intensa, polêmica e impossível de ser esquecida.