A possível mudança na rotina de milhões de trabalhadores ganhou força depois que a PEC que reduz a jornada semanal e elimina a escala 6x1 avançou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Embora ainda esteja em fase de votação no Congresso, o projeto já mobiliza tanto quem depende da nova folga quanto quem precisará reorganizar equipes e custos.
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Para o trabalhador, a proposta promete mais descanso, salário preservado e uma adaptação gradual. Para as empresas, o desafio será ajustar turnos e contratos ao longo de cinco anos — processo que pode exigir contratações, redistribuição de tarefas e revisão de escalas.
O que muda para o trabalhador
- Dois dias de descanso por semana: O fim da escala 6x1 garante folga de dois dias consecutivos. A preferência é por sábado e domingo, mas outras combinações continuam permitidas.
- Menos horas trabalhadas sem corte salarial: A jornada de 44 horas cairia para 40 no primeiro ano e reduziria uma hora por ano até chegar a 36 horas no quinto ano, tudo mantendo o salário integral.
- Transição lenta para adaptação: A mudança não acontece de uma vez; o trabalhador sente o impacto aos poucos, com menos horas e mais descanso ao longo dos anos.
- Mais equilíbrio entre vida pessoal e trabalho: Defensores apontam que o modelo reduz desgaste físico e melhora a saúde mental.
O que muda para as empresas
- Reorganização interna obrigatória: Escalas, turnos, contratos e distribuição de pessoal terão de ser ajustados anualmente para acompanhar a redução da jornada.
- Possível necessidade de mais contratações: Com menos horas por funcionário, alguns setores podem precisar ampliar equipes para manter a operação.
- Aumento de custos trabalhistas: Entidades empresariais alertam que a adaptação pode encarecer a folha e afetar pequenos negócios.
- Planejamento antecipado: A transição escalonada exige que empresas adotem estratégias desde o primeiro ano para cumprir o limite de 36 horas ao final.
Como a proposta avança no Congresso
Apesar do impacto direto no cotidiano de trabalhadores e empresas, a mudança ainda não está garantida. O caminho legislativo inclui:
- Votação no plenário do Senado
- Análise e votação em comissões da Câmara
- Dois turnos de votação no plenário da Câmara
- Sanção presidencial ou promulgação pelo Congresso
- Publicação no Diário Oficial
Somente após todas essas etapas as novas regras poderão entrar em vigor. O debate segue aquecido, impulsionado por movimentos como “Vida Além do Trabalho”, que defendem redução da exaustão laboral. Empresários, por outro lado, pedem cautela diante do possível impacto econômico. Enquanto isso, trabalhadores aguardam para saber se terão, de fato, mais qualidade de vida no futuro.