Thiago Schutz, mais conhecido como “Calvo do Campari” ou “Coach do Campari”, é um influenciador digital, coach de relacionamento e autodeclarado defensor da filosofia “red pill”.
Ele ganhou notoriedade nas redes sociais depois de postar um vídeo no qual relata ter recusado uma bebida oferecida por uma mulher — uma cerveja — porque estava bebendo Campari. Segundo ele, a oferta da cerveja seria um “teste” de manipulação. Esse episódio viralizou, e o apelido “Calvo do Campari” se espalhou.
Desde então, Schutz passou a produzir conteúdo voltado a um público masculino, com conselhos e discursos sobre relacionamentos, masculinidade, atração e dinâmicas sociais entre homens e mulheres — seguindo os conceitos defendidos pela comunidade “red pill”.
A ideologia que ele defende e críticas
A comunidade “red pill” — à qual ele se associa — sustenta uma visão particular sobre gênero e relacionamentos: usa termos como “alfa”, “beta”, “provedor”, e promove a ideia de que muitos relacionamentos são baseados em manipulação e poder.
Nos conteúdos publicados em suas redes, Schutz já fez afirmações consideradas misóginas por parte do público e especialistas. Entre os posicionamentos polêmicos, há ataques a mulheres que segundo ele teriam uma postura “indesejada”, críticas ao feminismo, e um discurso de desconfiança sobre as intenções femininas em relacionamentos.
Ele também se apresenta como “coach, escritor e apresentador”, com livros publicados — entre eles títulos que alegam identificar “comportamentos femininos que podem arruinar a vida do homem moderno”.
Histórico de polêmicas e denúncias anteriores
O caso mais recente envolvendo Thiago Schutz ocorreu no fim de novembro de 2025, quando ele foi preso em flagrante na cidade de Salto (interior de São Paulo), acusado de agressão à namorada. A denúncia relatava tapas, chutes, puxões de cabelo e tentativa de forçar relação sexual após a parceira recusar ter relações sexuais.
Segundo o relato da vítima, após a agressão ela conseguiu fugir da casa dele e pedir ajuda policial. A Justiça concedeu liberdade provisória a Schutz na manhã seguinte à prisão, mas impôs medidas protetivas — proibindo que ele se aproximasse da vítima ou de familiares, tanto presencialmente quanto por meios digitais.
Não se trata do primeiro embate com a justiça: em 2023, ele já havia sido alvo de denúncia por violência psicológica contra mulheres — inclusive contra uma atriz que o criticou publicamente — após proferir ameaças de “processo ou bala”. O processo, na época, foi suspenso após um acordo, com a condição de que ele não cometesse novas infrações.
Por que “Calvo do Campari”?
O apelido “Calvo do Campari” une duas referências simbólicas que definem sua imagem nas redes:
Calvo — muitas das representações satíricas e memes que envolvem ele reforçam a careca como marca de humor, estereótipo e provocação.
Campari — vem justamente do episódio que o tornou conhecido: o vídeo em que ele rejeita tomar cerveja com uma mulher porque ele estava bebendo Campari. Esse momento se transformou em símbolo de sua ideologia e discurso sobre masculinidade, poder e “valores tradicionais”.
Assim, o apelido funciona como uma espécie de “marca de identidade” dentro da comunidade e da internet, carregando tanto a crítica quanto a autodefinição de Schutz.
Repercussão recente e o caso de violência doméstica
O recente episódio de prisão por agressão reacendeu o debate público sobre a atuação de figuras como Thiago Schutz — coaches de masculinidade, produtores de conteúdo “red pill”, e o impacto de suas mensagens nas relações sociais e na percepção sobre gênero.
A denúncia e a investigação viralizaram nas redes e imprensa, reacendendo críticas à disseminação de discursos considerados misóginos e incentivadores de atitudes de violência. ([BNews SP][1])
Além disso, o caso coloca em evidência como influenciadores podem atravessar a linha entre “opinião controversa” e “punição por atos violentos”, gerando debates sobre responsabilidade, influência digital e consequências reais de discursos na internet — especialmente quando associados a comportamentos de dominação ou agressão.