O vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, é investigado pela Polícia Civil por abuso infantil em um inquérito que tramita na Delegacia Seccional de Piracicaba desde 2022. O vereador está preso temporariamente já há praticamente dois meses por outro caso, o de suspeita de abuso sexual de 12 mulheres. A defesa do vereador nega os crimes e estranha o fato de a investigação ter sido instaurada em 2022 e, até agora, não ter sido concluída.
Ao Jornal de Piracicaba, a Polícia Civil confirmou, por meio da assessoria de comunicação da SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública) que há inquérito sobre o assunto, mas se recusou a fornecer detalhes devido à natureza da ocorrência.
O Jornal de Piracicaba também questionou a defesa do vereador, que enviou a seguinte nota: “Em relação ao inquérito policial do ano de 2022, a defesa esclarece que o material encontrado no celular do vereador Cássio se tratava de conteúdo enviado ao vereador no formato de denúncia contra outra pessoa.
E o material somente foi localizado justamente porque o vereador foi à tribuna da Câmara de Vereadores e relatou o fato, dizendo que faria a denúncia, o que culminou na busca e apreensão do celular. Portanto, o vereador não possuía nenhuma relação com o material encontrado, e esse fato foi esclarecido no inquérito policial no ano de 2022, sem nenhuma consequência judicial, causando surpresa a utilização desse episódio contra o vereador nesta oportunidade”, explicou.
A defesa do parlamentar, formada pelos advogados Jonas Parisotto, José Osmir Bertazoni e Rodrigo Corrêa Godoy, informou ainda estar surpresa com o inquérito não ter sido concluído. “Nos causa estranheza um inquérito policial ser instaurado em 2022 e até a presente data não ser concluído. Ultrapassa a razoabilidade e proporcionalidade. A Defesa tomará as providências cabíveis para constatar a complexidade extraordinária ou força maior que justifica tamanha demora para a conclusão, em regra, de um inquérito policial, visto que, a nosso ver, o prolongamento injustificado de um inquérito policial, sem conclusão e com possível descumprimento de prazo, configura, no mínimo, constrangimento ilegal, ensejando o trancamento do procedimento investigatório, e com base nessa premissa é que a Defesa vai atuar nesse caso.”