RISCO À SAÚDE

ANVISA constata irregularidades em 2 a cada 3 suplementos; veja

Por Da Redação |
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Foto: Freepik
O órgão responsável prorrogou até setembro de 2026 o prazo final para que as empresas do setor se adequem às normas de segurança e qualidade
O órgão responsável prorrogou até setembro de 2026 o prazo final para que as empresas do setor se adequem às normas de segurança e qualidade

Dois terços dos suplementos alimentares avaliados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentam algum tipo de irregularidade, segundo o levantamento mais recente do órgão. Falhas em ingredientes, dosagem, validade e ausência de testes obrigatórios de pureza e estabilidade estão entre os problemas identificados, expondo a fragilidade da fiscalização em um mercado de crescimento acelerado.

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A alta taxa de reprovação, que atingiu 65% dos produtos analisados até julho de 2025, ocorre em um cenário de forte expansão do setor. Dados do Sindusfarma de 2025 mostraram um salto de 37% no volume de vendas de vitaminas e suplementos no ano anterior.

Apesar dos riscos, a Anvisa prorrogou até setembro de 2026 o prazo final para que as empresas do setor se adequem às normas de segurança e qualidade.

Riscos à saúde


A gerente de regularização de alimentos da Anvisa, Patrícia Ferrari Andreotti, informou em audiência pública que "dois terços dos produtos avaliados" não estão em conformidade com o padrão de segurança exigido. Entre 2020 e 2025, 63% das investigações abertas pela agência na área de alimentos foram relacionadas a suplementos.

Médicos e nutricionistas alertam que o uso indiscriminado de produtos irregulares ou sem orientação profissional expõe os consumidores a sérios riscos, incluindo danos hepáticos, renais, cardiovasculares e hormonais.

Toxicidade e Órgãos: A ingestão de suplementos sem acompanhamento, especialmente vitaminas lipossolúveis (A, D e E) e termogênicos, pode sobrecarregar órgãos. O risco inclui intoxicação hepática, arritmias e falência renal.

Composição Oculta: Produtos vendidos como "naturais" podem conter substâncias farmacológicas não declaradas.

Moda e Ciência: A nutricionista Juliana Crivellaro reforça que o consumo aleatório, motivado por tendências ou rótulos atrativos, não garante ganho de performance e deve ser substituído pela indicação baseada em exames e necessidade real.


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A médica nutróloga Danielli Orletti, em entrevista ao G1, sugeriu medidas para mitigar os riscos de adquirir um suplemento irregular:

  • Confira o Número de Notificação: Verifique a presença do número de notificação da Anvisa no rótulo (obrigatório para produtos lançados a partir de 2024).
  • Desconfie de Promessas: Evite produtos com alegações exageradas ou "milagrosas" (cura, emagrecimento rápido ou ganho de massa em poucos dias).
  • Consulte o Fabricante: Verifique o CNPJ e o nome do fabricante.
  • Consulta Online: Utilize o site da Anvisa (consultas.anvisa.gov.br/#/alimentos) para checar a regularização do produto.
  • Local de Compra: Adquira suplementos apenas em lojas e farmácias que emitam nota fiscal.

A Anvisa e o Instituto IPSConsumo alertam, ainda, para o risco de vendas online de suplementos falsificados, que utilizam embalagens idênticas às originais, sendo os mais difíceis de rastrear e punir.

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