ESGRIMA HISTÓRICA

Piracicabano é campeão nacional de Esgrima Histórica

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 3 min
Foto: Divulgação
Murilo Peroni Bueno de Camargo conquistou o título no último dia 16 de novembro. A competição ocorreu em São Paulo, no Centro Esportivo Ipiranga
Murilo Peroni Bueno de Camargo conquistou o título no último dia 16 de novembro. A competição ocorreu em São Paulo, no Centro Esportivo Ipiranga

O piracicabano Murilo Peroni Bueno de Camargo, de 23 anos, conquistou um feito inédito no último dia 16 de novembro, ao ser campeão nacional de Esgrima Histórica, na categoria Espada Longa. A competição ocorreu em São Paulo, no Centro Esportivo Ipiranga.

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Ao Jornal de Piracicaba, o atleta falou sobre o grande feito no esporte. “É um sentimento muito forte de orgulho e dever cumprido, eu compito desde 2023 e a medalha sempre me escapou, finalmente entrar pro pódio e ficar em 1° lugar ainda é uma satisfação enorme de mostrar que caipira também sabe duelar.”


Murilo ainda comentou sobre como começou a praticar um esporte visto como diferente por muitos: “Sempre fui um garoto muito nerd, adoro obras da cultura pop como Senhor do Anéis, The Elder Scrolls, Dark Souls, obras que envolvem fantasia medieval e espadas, então quando vi o panfleto da Falcão Negro escrito "aprenda a manusear uma espada de verdade" eu fiquei louco, comecei a praticar e nunca mais parei desde então”.

O que é a Esgrima Histórica (HEMA)?

A Esgrima Histórica Europeia (HEMA) é uma arte marcial baseada no estudo, recriação e reconstrução do que era praticado na Europa, desde a Idade Média até o Renascimento, a partir da análise de manuais e tratados antigos. Seu propósito central é reviver fielmente as técnicas de combate originais, diferenciando-se da esgrima desportiva por ser encarada como uma arte marcial histórica, não apenas um esporte de pontuação.

Para isso, a HEMA utiliza réplicas de uma vasta gama de armas, como a Espada Longa, a Rapieira e o Sabre Militar, empregando simuladores de nylon ou aço sem fio nos treinos. As regras de combate, embora variem entre clubes, priorizam a segurança e a aplicação das técnicas históricas, penalizando drasticamente os "duplos toques" — o golpe simultâneo no oponente — pois em um duelo real isso resultaria no ferimento de ambos os combatentes.


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A diferença principal entre os esportes consiste principalmente no objetivo e nas regras. Enquanto a esgrima desportiva é um esporte moderno focado na competição sob regras estritas e unificadas pela FIE, utilizando apenas três tipos de armas leves padronizadas (florete, espada e sabre), a HEMA é descentralizada e busca a autenticidade histórica, empregando uma ampla variedade de réplicas de armas mais pesadas.

Dificuldades e foco em 2026

O esgrimista piracicabano destacou as dificuldades na prática da HEMA no país, devido aos altos custos no equipamento: “Sim, praticar esgrima histórica aqui no Brasil é muito difícil financeiramente falando, os equipamentos são muito caros, quase tudo tem que ser importado e o imposto de importação deixa mais caro ainda, basicamente duplicando o preço do equipamento, então ter equipamento o suficiente pra treinar várias pessoas é um desafio e tanto”, revelou.

Apesar dos desafios, Murilo Peroni, começa a pensar nas competições do ano que vem. A princípio serão três torneios: "Flor de Aço" na Bahia, o "Zornhau" no Rio de Janeiro, e o "Torneio das Flores" em São Paulo.

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