'COFFEE BREAK'

VÍDEO: PF desmonta 'Império de Luxo' de empresário em Piracicaba

Por Da redação/Pira1 |
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação Polícia Federal
Policiais estiveram na empresa Life Educacional na avenida Saldanha Marinho.
Policiais estiveram na empresa Life Educacional na avenida Saldanha Marinho.

Uma verdadeira novela policial ganhou novos capítulos nesta quarta-feira (12), quando a Polícia Federal abriu o cofre e revelou o luxo por trás de um esquema que teria desviado dinheiro público destinado à educação. No centro do furacão está o empresário preso André Gonçalves, dono da empresa Life Educacional, na avenida Saldanha Marinho em Piracicaba, que viveu uma rotina digna de celebridade enquanto sua empresa operava, segundo a PF, praticamente sem estrutura inicialmente, com um funcionário e contratos milionários.

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De acordo com a PF, André transformou dinheiro público em um passaporte para o luxo. As investigações revelam gastos estratosféricos com viagens internacionais, hotéis no exterior, cartões de crédito nas alturas e uma frota que mais parece catálogo de concessionária premium.

Entre os veículos apreendidos pela Justiça estão:

  • Porsche 911 Carrera — quase R$ 1 milhão
  • BMW X4 xDrive 30i — R$ 412 mil
  • BMW X3 xDrive30e — R$ 397 mil
  • Dois HB20S — quase R$ 95 mil cada

Somando só os automóveis, o montante estouraria os R$ 3 milhões. E isso é só a garagem. No pacote de ostentação entram ainda imóveis avaliados em mais de R$ 16 milhões, com reformas e decoração de alto padrão.

A PF aponta que a Life Educacional movimentou R$ 128 milhões, grande parte vinda de prefeituras de Limeira, Sumaré e Hortolândia. Só Limeira, segundo as investigações, despejou R$ 10,7 milhões em kits de robótica, livros e licenças tecnológicas.

Os investigadores afirmam que os preços eram tão fora da realidade que chegavam a 35 vezes o valor real dos materiais. Livros comprados a R$ 1 ou R$ 5 eram revendidos por até R$ 80 para o poder público.

Apesar do faturamento astronômico, a empresa funcionava de forma mínima, sem sede própria e praticamente sem equipe — um cenário considerado totalmente incompatível com as cifras milionárias.

Esquemas de repasse, empresas de fachada e o código "café"

A investigação expôs ainda um intrincado sistema de repasses para empresas de fachada, controladas por doleiros, que seriam usadas para esconder a origem e o destino do dinheiro. Segundo a PF, pagamentos indevidos a servidores e lobistas eram “corriqueiros”.

Um detalhe chamou a atenção: a expressão “café”. Nas agendas dos investigados, o termo aparecia repetidamente, sempre associado ao município de Limeira — a PF afirma que “café” era o código para pagamentos em espécie, supostamente feitos para garantir contratos públicos.

50 milhões e um rastro de luxo

A análise de notas fiscais mostra que só com Limeira, Hortolândia e Sumaré, a Life teria lucrado pelo menos R$ 50 milhões. Desse montante, mais de R$ 16 milhões teriam ido diretamente para o bolso de André Mariano, segundo a PF.

Enquanto isso, a empresa vendia materiais ao setor público a preços estratosféricos e operava como um microempreendimento — mas com faturamento de multinacional.

Além da prisão do empresário, a PF cumpriu mandados de busca em Limeira, incluindo casa e empresa de um ex-prefeito. Sumaré, Hortolândia e Campinas também foram alvos da operação, com prisões.

Os envolvidos podem responder por, corrupção, peculato, fraude em licitação,lavagem de dinheiro, contratação irregular e organização criminosa.

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