A Polícia Federal desencadeou nesta quarta-feira (12) uma grande operação contra um suposto esquema de corrupção e desvio de recursos públicos em contratos de fornecimento de materiais escolares. Batizada de “Coffee Break”, a ação teve o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar, e mobilizou centenas de agentes em três estados: São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Em Piracicaba as equipes estiveram na Life Educacional, na avenida Saldanha Marinho.
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Ao todo, foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva, expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas.
Na região de Campinas, a PF executou 19 mandados de busca e três prisões. Além de Piracicaba, as diligências se concentraram em Limeira, Sumaré, Hortolândia, Campinas, Araraquara, Bauru, Sorocaba, Presidente Prudente e Santos. Também houve ações na Grande São Paulo (em São Paulo, Barueri e Taboão da Serra), além de Brasília (DF) e Maringá (PR).
As investigações apontam indícios de fraudes em licitações para a compra e distribuição de materiais escolares em Sumaré e Hortolândia. Segundo a CGU, os contratos eram firmados com a empresa Life Tecnologia Educacional, que também foi alvo de buscas em sua sede, localizada em Piracicaba.
Em Sumaré, os agentes federais estiveram nas secretarias de Educação, Administração e Obras, além do Arquivo Público, de onde recolheram documentos, atas de preços e registros de visitas de representantes da empresa à prefeitura.
De acordo com as informações, o contrato com a Life foi assinado durante a gestão anterior, mas que a atual administração já havia instaurado uma sindicância interna para apurar possíveis irregularidades Em Hortolândia, a sede da prefeitura também foi alvo de mandado de busca. O governo municipal afirmou colaborar integralmente com as autoridades. Durante a ação, o vice-prefeito Cafú Cesar foi levado algemado para a sede da Polícia Federal em Campinas.
Já em Limeira, a operação atingiu endereços ligados ao ex-prefeito Mário Botion e ao ex-chefe de gabinete Edson Moreno Gil. Ambos foram procurados pela imprensa, mas ainda não se manifestaram.
Em São Paulo, os policiais encontraram uma grande quantia em dinheiro vivo durante as buscas. Parte do material apreendido deve passar por perícia e rastreamento bancário para identificar a origem dos valores.
Segundo a PF, os investigados poderão responder por corrupção, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, desvio de recursos públicos e formação de organização criminos
A Coffee Break é resultado de uma investigação de longo prazo que apura um esquema estruturado de favorecimento de empresas em contratos públicos por meio de fraudes e superfaturamento.
Com a ação desta quarta-feira, a Polícia Federal busca reunir novas provas para identificar todos os envolvidos e a dimensão dos prejuízos causados aos cofres públicos.