Estamos viajando a galope quando dizemos sobre o futuro da medicina e do movimento. A revolução das IAs não é um truque de laboratório; é o começo de um cuidado que enxerga cedo, previne melhor e personaliza o que fazemos com o próprio corpo. E isso importa porque as doenças que mais matam seguem dominadas por problemas cardiovasculares, cânceres e doenças respiratórias onde prevenção e diagnóstico precoce fazem toda a diferença
Nos hospitais, modelos validam imagens e cruzam dados clínicos, genômicos e de exames para detectar sinais invisíveis a olho humano. Em mamografia, ensaios em larga escala mostram aumento de detecção sem inflar falsos-positivos e com redução de carga de leitura, abrindo caminho para fluxos “um radiologista + IA”.
No coração do problema literalmente os algoritmos através da IA aprendem padrões sutis em ECGs e até em dispositivos de consumo. Nos últimos estudos da American Heart Association, pesquisadores apresentaram um modelo que identifica cardiopatias estruturais a partir do Apple Watch, sugerindo triagem em escala com o que já está no pulso das pessoas. Revisões recentes em fibrilação atrial reforçam que a IA melhora detecção, estratificação de risco e acompanhamento remoto.
A regulação corre para acompanhar: há centenas de dispositivos médicos com IA já autorizados, e as agências detalham listas e taxonomias para dar transparência e segurança de uso. Ainda não há “IA generativa autônoma” decidindo sozinha; o médico continua no centro, agora com ferramentas mais potentes e com isso, mais potencial para aumentar sua longevidade.
Empresas já trabalham com gêmeos digitais, cópias computacionais do paciente e começam a simular trajetórias de doença, testar virtualmente intervenções e antecipar eventos adversos, do pré-clínico cuidado após a cura. É a medicina preditiva ganhando corpo, com ética e privacidade como pilares de implementação.
E o que isso tem a ver com treinar bem e viver mais? Tudo. A mesma inteligência que lê tumores precoces também aprende a prescrever movimento. Modelos de estudo já ajudam a ajustar volume, intensidade e recuperação a partir de dados de relógios como sono, variabilidade da FC, glicemia e histórico de lesões com feedback contínuo facilitando a prescrição do treinamento para o aluno.
Imagine seu “gêmeo de treino”: antes do professor te colocar para fazer exercício, a IA simula respostas cardiovasculares, carga mecânica e risco de lesões; sugere microprogressões, distribui melhor as cargas e calibra força para proteger joelhos e coluna ou ter uma melhor resposta por exemplo para uma prevenção de quedas.
No consultório médicos as IAs reduzem horas de burocracia e devolvem tempo de conversa do medico com o paciente onde a adesão nasce. Enquanto isso, na triagem e no rastreio, os modelos filtram o que precisa de atenção humana imediata. Nós humanos sempre seguiremos conduzindo; a IA afina e potencializa os instrumentos. O futuro da medicina e da atividade física não é frio nem distante. É o toque leve que ajusta o passo, previne antes da dor, e transforma constância em longevidade com mais presença. A maquina não será o mal, mas teremos que aprender a usar da melhor maneira para a nossa cada vez mais real longevidade.
Eu estou me preparando...e você? Até a próxima!
Rogério Cardoso é personal trainer e preparador físico, membro da Sociedade Brasileira de Personal Trainer SBPT e da World Top Trainers WTTC.