ARTIGO

Ela nunca foi tão útil

Por Júnior Ometto |
| Tempo de leitura: 3 min

Se as pessoas entendessem a dimensão da “inteligência emocional”, o mundo que vivemos seria completamente diferente, para melhor. Hoje, mais do que nunca, absorver e viver a inteligência emocional diferencia grandemente cada um de nós.
 
Ao longo do tempo, o alto QI (coeficiente de inteligência), foi considerado como chave do sucesso e das realizações pessoais ou profissionais. No entanto, aos poucos, a humanidade está sentindo a importância decisiva e transformadora do QE (inteligência emocional), ainda mais em momentos de crise ou de dificuldades como a que estamos passando, que exigem ainda mais de cada um de nós. Importante lembrar que problemas, dos mais variados, sempre acometem a humanidade, precisamos entender isso. Não é sobre os problemas, mas sobre como nós lidamos com eles!
 
Quantos desastres emocionais acontecem em todos os âmbitos por falhas no gerenciamento emocional. Pessoas aparecem em nossa vida, seja num relacionamento conjugal, profissional ou de amizade e, por considerarmos apenas "nossas" verdades ou por não deixarmos nosso ego de lado e tentarmos entender o outro, paradoxalmente somos injustos conosco mesmos, tomando caminhos errados e nos prejudicando ou barrando nossa felicidade. Por falta de autoconhecimento não seguimos nossa essência e, para piorar, colocamos expectativas exageradas nos outros e quando eles fazem algo que nos machuca, ficamos magoados e adoecemos. Aí trocamos, vamos em busca de novos horizontes, novos cenários, novas fotos nas redes sociais; nos iludimos. Vamos “cobrindo buracos” de nossa existência com outros buracos, acumulando empregos, namorados, maridos, esposas, dinheiro, bens, solidão, diversões; autoengano. Porém, é somente na aceitação do que não está no nosso controle e na interação consigo mesmo que tudo começa, do jeito certo e no que realmente podemos fazer.
 
Se você tem sentimentos de medo, angústia ou solidão; dificuldades em lidar com negativas ou frustrações; se acorda cansado, tem dores ou problemas físicos de origem emocional; se sua empresa não alcança os resultados planejados ou há problemas de liderança; se você não consegue dinamizar suas relações interpessoais ou afetivas; não controla a raiva ou outras emoções; se sofre com as consequências da depressão, stress, ansiedade, traumas; se o pessimismo te comanda, se o sucesso e a felicidade parecem coisas inatingíveis, está na hora de dar um passo decisivo para transformar sua vida, de forma prática e inteligente e, se tem dificuldades para conseguir esta transformação sozinho, busque ajuda. Isso é nobre; é sábio.
 
A inteligência emocional trabalha o autoconhecimento, que te faz enxergar a si próprio e sua essência, conduzindo sua vida para onde ela realmente deve ir, com autoconfiança e autodomínio, entendendo limites e sonhos. Além disso, te dá as bases para o autocontrole, te ensina os benefícios da empatia, da motivação e de como extrair o melhor de você mesmo e dos seus relacionamentos interpessoais.
 
“Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas”. (Daniel Goleman)

Júnior Ometto é doutor em psicanálise e professor universitário.

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