Uma nova linhagem do coronavírus, apelidada popularmente de “variante Frankenstein”, voltou a chamar a atenção de autoridades de saúde em diversos países. Oficialmente nomeada XFG — ou “stratus” —, a cepa é uma recombinação de linhagens anteriores do SARS-CoV-2 e tem se tornado predominante em algumas regiões do mundo.
Garganta dolorida é sintoma mais relatado
Um dos sintomas que ganhou destaque nas redes sociais é a chamada “garganta de lâmina de barbear”, termo usado por pacientes para descrever dores intensas ao engolir. Médicos explicam que, embora muitas infecções recentes apresentem esse quadro, não há comprovação científica de que a XFG cause dores mais fortes que outras variantes. A maioria dos casos registrados envolve sintomas semelhantes aos de resfriados ou gripes comuns, incluindo rouquidão, mal-estar e cansaço.
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Espalhamento e monitoramento global
A OMS incluiu oficialmente a XFG na categoria de “variante sob monitoramento” em 23 de maio de 2025, após o aumento de casos na China e posterior disseminação pelo continente europeu. De acordo com o Instituto Robert Koch, a XFG representava 71% das amostras positivas de Covid-19 analisadas na Alemanha entre 22 e 28 de setembro. Apesar da predominância, o número total de infecções está bem abaixo dos picos registrados em anos anteriores. Na primeira quinzena de outubro, a Alemanha notificou cerca de 6,4 mil casos confirmados — quase metade do total observado no mesmo período de 2024.
Por que o apelido “Frankenstein”?
O apelido surgiu devido à natureza híbrida da variante: a XFG é resultado da fusão genética das linhagens LF.7 e LP.8.1.2. A comparação com o monstro criado pela escritora Mary Shelley foi usada pela primeira vez em 2021, quando o virologista sul-africano Alex Sigal descreveu o grande número de mutações da variante Ômicron. Desde então, o termo “Frankenstein” tem sido retomado por tabloides e mídias internacionais para se referir a variantes recombinantes.
Reinfecções e cuidados continuam necessários
Mesmo com o risco considerado baixo, especialistas reforçam a importância de manter a vacinação em dia e adotar medidas básicas de prevenção, especialmente durante o aumento de casos respiratórios. O uso de máscara em locais fechados e a higiene frequente das mãos continuam sendo formas eficazes de proteção. “A recombinação entre vírus é um processo natural, mas não deve ser motivo para pânico”, explica um infectologista ouvido pela reportagem.