“O pior cárcere não é o que aprisiona o corpo, mas o que asfixia a mente e algema a emoção”. (Augusto Cury)
Se você soubesse que irá morrer amanhã, que sentimento teria? O que falaria para si mesmo? Qual o balanço faria da sua vida?
Entenda: daqui há 100 anos, no?s e todas as pessoas vivas hoje neste mundo estara?o mortas. E sa?o neles, nos cemite?rios deste planeta, que esta?o enterradas muitas pessoas que na?o viveram ou que esperaram algo para começar a viver... Mortos, o que faremos com nossos bens materiais, com nossa vaidade e nosso orgulho?
Para onde vai o tempo perdido, o perda?o que na?o demos, o orgulho que nos cegou para as verdadeiras riquezas desta vida? Que prec?o voce? esta? pagando para ter a vida que tem e ser quem e??
?A maior lição sobre a importância do tempo é dada por uma das mais famosas Escolas da Filosofia, o Estoicismo, que simplesmente nos ensina a felicidade de uma maneira eficaz e linda. Epiteto, um dos mentores do Estoicismo, disse: “Abraça teu filho hoje, porque amanhã ele pode não estar vivo”. Forte, não é? Pois bem, o que ele quis dizer com essa frase? Que devemos nos entregar ao presente, vivê-lo com toda intensidade. Viver o hoje. Quantas vezes não valorizamos o que temos, mas, quando perdemos, sim! Como deixamos para depois o que poderíamos estar fazendo agora: o carinho, o afeto, o agradecimento, o reconhecimento. Será que teremos o depois? A Escola Estoica ensina que precisamos focar o que está dentro das nossas possibilidades, estrutura e note, a maioria das coisas neste mundo não estão no nosso controle. Depressão, stress, ansiedade e tantas outras doenças e sofrimentos acontecem, basicamente, pelo não entendimento e aplicação dessas verdades do Estoicismo.
Somos muito pequenos, erramos (todos), julgamos, sequer observamos o que o outro tem de positivo; mas temos a lista completa e na ponta da li?ngua dos pontos negativos (deles). Mas, e dos nossos? Pense bem: para que agir assim? Depois que elas (ou no?s) estivermos mortos (e ningue?m sabe o momento), na?o vai adiantar reconhecer ou se arrepender.
Como estamos usando nosso tempo? Quais as nossas prioridades? Que legado estamos deixando? Que princípios nos norteiam? Com que tipo de pessoas estamos convivendo?
Precisamos valorizar mais (enquanto há tempo), as riquezas que o dinheiro na?o compra e o momento presente! Por mais que na?o pensemos nisso, somos (todos) finitos. Quando tomamos conscie?ncia disso, a vida comec?a a ter outra percepc?a?o, outra dimensa?o e muitas “picuinhas” perdem a importância…
Independente da sua idade, convido meu leitor a ouvir na íntegra e, principalmente, a refletir sobre uma música que fez muito sucesso no ano de 1976, do Gaúcho Hermes Aquino, “Nuvem Passageira”. Talvez você até conheça, mas não tenha prestado atenção na profundidade da letra, tão inteligente e real. Finalizo o artigo de hoje com as duas primeiras estrofes dela:
“Eu sou nuvem passageira, que com o vento se vai. Eu sou como um cristal bonito; que se quebra quando cai. Não adianta escrever meu nome numa pedra, pois esta pedra em pó vai se transformar. Você não vê que a vida corre contra o tempo, sou um castelo de areia na beira do mar”.
Entregue-se ao presente!
Júnior Ometto é doutor em psicanálise e professor universitário.